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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Chacina: 6 pessoas executadas em festa de facção criminosa

A Polícia segue em busca da motivação e dos responsáveis pela chacina, ocorrida no fim da noite de sábado (3), dentro de uma mansão na Praia do Porto das Dunas, em Aquiraz. Seis homens que participavam de uma festa foram executados por um bando armado, que invadiu o local e efetuou vários disparos. Em princípio, as execuções estariam ligadas à disputa entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE) pela disputa do tráfico de drogas.
De acordo com a Polícia, por volta das 22 horas, aproximadamente 20 pessoas estavam na casa situada na Rua Búzios, quando cerca de 10 homens a bordo de dois veículos, um deles um Jeep Renegade, derrubaram o portão de alumínio da residência. Já dentro do imóvel, os atiradores encapuzados, efetuaram dezenas de disparos de pistolas, calibres Ponto 40 e 380.

Testemunhas revelaram aos policiais que, ao ouvir os tiros, saíram em disparada pulando o muro. Uma delas derrubou a cerca elétrica que circundava a residência. Áudios divulgados pelos sobreviventes nas redes sociais revelam o pânico vivido no momento do ataque. Em um deles, uma vítima grita o nome dos mortos e cita algumas pessoas que conseguiram fugir dos executores. Nervoso, o homem repete: "Chama a Polícia, pivete".
Investigação
Depois do atentado, os corpos ficaram espalhados pela grama do jardim e na varanda do andar térreo do imóvel. Patrulhas do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur) foram acionadas, mas não acharam os suspeitos.
Morreram na casa Klinsmann Menezes Cavalcante, Davi Saraiva Benigno, Nilo Barbosa de Sousa Neto, Mateus de Matos Costa Monteiro, Fernando dos Santos Rodrigues Junior e Edimilson Magalhães Neto.
Equipes da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) estiveram no local. Pelo menos quatro delegados compareceram à cena do crime, entre eles o delegado geral da Policia Civil, Everardo Lima.
O delegado Leonardo Barreto, diretor da DHPP, disse que seria prematuro fazer qualquer afirmação sobre a investigação, mas não descartou a ligação de vítimas e acusados com atividades criminosas. Barreto disse que no local surgiu a informação de que a festa seria a comemoração pela saída de uma das vítimas do presídio, mas segundo ele, nada foi confirmado.
Testemunhas do crime, que teriam relação com as vítimas, foram levadas à DHPP para prestarem depoimento. Um homem, identificado como Wesley Barros Morais foi detido na casa. "Ele chegou depois das mortes e disse que tinha intenção de participar da festa. No entanto, quando foi checado o nome dele, bem como das outras pessoas que estavam na casa, foi descoberto que ele estava com mandado de prisão em aberto por um roubo", afirmou o diretor da DHPP.
Exatamente a 1h15 minutos, os trabalhos periciais foram concluídos. Em seguida, os corpos começaram a ser recolhidos. Antoniel Silva, coordenador da Perícia Criminal, disse que foi feito um levantamento e os calibres das armas utilizadas pelos atiradores foram Ponto 40 e 380. "Encontramos seis cadáveres do sexo masculino que apresentavam múltiplas lesões. Ferimentos na cabeça, costas, pernas, braços".
Até o fechamento desta edição, nenhum suspeito de participar da chacina havia sido preso. No local do crime havia rumores de pessoas feridas, mas a SSPDS informou que não há registros de vítimas socorridas.
Rivalidade
A rivalidade entre facções é a causa de centenas de mortes ocorridas neste ano, no Ceará, conforme uma fonte da Polícia Civil. O servidor disse que antigas alianças entre as gangues foram quebradas e elas estão se reorganizando. "Esta matança é consequência da disputa por novos territórios. É realmente preocupante, porque já deu para ver que eles estão dispostos a tudo. Enquanto durar essa reorganização, isso não vai parar"

(Fonte: Diário do Nordeste)

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