A proposta dos Governadores para alterar o critério de atualização do
piso salarial profissional nacional do magistério, que tem previsão de
crescer 19% em 2014, caso se mantenha inalterada a Lei 11.738, apesar de
ainda não ter sido apresentada formalmente à CNTE, não exime a
Confederação de posicionar-se contra a mesma, em razão desta pretender
majorar o piso em torno de 7,5% no próximo ano, com apenas 2% de ganho
real.
Em primeiro lugar, a CNTE não concorda com qualquer patamar de
atualização do piso que despreze a perspectiva de valorização dos
educadores contida na meta 17 do Plano Nacional de Educação. E a
proposta dos governadores está muito longe dessa referência, que precisa
ter impacto nas carreiras do magistério em todo país, possibilitando
equiparar, em seis anos, a remuneração média dos educadores com as
demais categorias profissionais de mesmo nível de escolaridade.
Por outro lado, desde 2008, os gestores que dizem não possuir
recursos suficientes para pagar o piso aos professores na base dos
planos de carreira da categoria, até hoje não se moveram para adaptar as
finanças públicas e para organizar os sistemas de ensino. Pelo
contrário, legitimam a gritante disparidade salarial entre servidores
públicos - e os professores e funcionários da educação se situam na base
da pirâmide - assim como apostam em patamares impraticáveis de relação
professor-aluno, tornando insustentável a política de valorização nos
sistemas de ensino.
De parte do MEC, infelizmente, não houve avanço na fixação de
critérios para o repasse das verbas federais exclusivamente para os
salários dos educadores, em localidades que comprovarem não poder pagar o
piso na carreira. A opção do Ministério, por sua vez, apoia-se no fato
de que nenhuma prefeitura ou governo estadual conseguiu provar a falta
de recursos para aplicar o piso nos termos da lei federal, até o
momento.
Nesse jogo de empurra, uma vez mais se tenta impor o ônus para o lado
mais fraco, esquecendo-se, porém, das promessas eleitorais que situam a
valorização dos trabalhadores escolares como pauta central para a
qualidade da educação pública.
Conforme destacou o presidente da CNTE na matéria publicada no jornal
Folha de São Paulo do dia 23/9/13 (pág. C5), a CNTE é contra a proposta
economicista dos governadores e fará a disputa no Congresso Nacional,
conciliando esse tema às eleições gerais de 2014, como forma de não
tolerar mais a demagogia de políticos que insistem em fazer da educação
uma simples retórica.
Ainda com relação à matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, é
preciso corrigir a afirmação de que a CNTE foi convidada a integrar
mesa de negociação com MEC e os Governadores, uma vez que essa mesa não
existe. A CNTE tem pleiteado a composição desse espaço de diálogo, desde
2010, com vistas a potencializar as políticas para o piso e a carreira
dos profissionais escolares, contudo, até o momento, não logrou êxito na
empreitada. (Fonte: CNTE.)
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