Leitor, o processo político brasileiro, em alguns
municípios, tem se tornado insustentável. O cabresto político e a fome
de poder têm sido profundamente prejudiciais aos eleitores de modo geral. Vejam
os detalhes a seguir.
Em muitas cidades, políticos se valem de cargos
comissionados e contratos temporários para se perpetuar no poder, geralmente
acompanhados de apoiadores e familiares, custe o que custar. Alguns ainda se
preocupam com a Lei de Responsabilidade Fiscal, outros nem tanto.
O cabresto se tornou uma chaga que corrói a mente das
pessoas. Grupos políticos instalados no poder monitoram todos os passos dos contratados:
obrigam a seguir páginas em redes sociais, proíbem o acesso a determinados
sites que não comungam com os interesses do grupo e, pasmem, não permitem que o
servidor tire foto com pessoas ou políticos considerados adversários. O
primeiro escalão e os aliados mais próximos estão sempre de prontidão para
levar as “informações fresquinhas” ao gestor principal.
O relato de um município evidencia bem essa prática. A
vítima contou que havia marcado uma reunião com o gestor para tratar de
política. No entanto, quatro dias antes, em caminhada política, um outro
político passou na residência do cidadão, e sua equipe registrou o momento com
uma foto. Isso foi suficiente para que ele fosse impedido de participar da
reunião previamente marcada. Já o amigo que o indicou também foi chamado
atenção. Ou seja, o acordo foi rompido antes mesmo de acontecer. O popular
ditado se encaixa bem: “Quem come do meu pirão prova do meu cinturão.”
Esse monitoramento se estende a todos os cargos
comissionados e aos contratos temporários. Muitas vezes, é preciso extremo
cuidado com o que se diz e com quem se senta à mesa.
Esse modelo arcaico de fazer política é extremamente
prejudicial para o processo democrático de direito. Embora não vivamos uma
ditadura, essa prática vil e covarde massacra e humilha famílias que desejam
apenas trabalhar honestamente e garantir o sustento. Para certos políticos,
isso não basta: é preciso demonstrar quem manda, em um comportamento muito
semelhante ao narcisismo.
E esse modelo de política tem sido observado nos quatro
cantos do país, mas ocorre com maior frequência em municípios de pequeno porte,
justamente por facilitar o monitoramento. Os grupos dominadores contam com
delatores de plantão, e todos os passos são seguidos em tempo real. Quem não segue
as diretrizes corre o risco de perder sua vaga para alguém disposto a se
submeter ao regime.
Fiquem ligados! Traremos mais informações ao longo de nossa
programação.
Postado por RL
Texto: Raimundo Lima
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