Caros alunos e professores esse
texto vai servir de base, não como uma crítica ferrenha aos docentes, mas como
uma crítica construtiva para que haja cada vez mais melhorarias no
desenvolvimento educacional do alunos.
Nestes dias temos vivenciado
muitos problemas em relação a prática do professor do curso de direito, que nos
remete a uma profunda reflexão, professores sem experiência que não são formados
para a prática docente e sim para serem advogados, promotores, juízes ou até
mesmo bacharéis em Direito, essas figuras às vezes ajudam, mas também
prejudicam muito os alunos por não ter uma formação adequada para o
desenvolvimento do prática educacional. Problemas como esses vem acontecendo em
muitas faculdades espalhadas pelo país, que não prepara seus profissionais para
a prática docente e tentar amenizar os problemas, o professor não existe simplesmente
para aprovar os estudantes, é preciso que ele crie estratégias para que esses
alunos possam absorver de forma eficaz o conteúdo e não apenas, fazer de conta
que ensina e o alunos fazerem de conta que aprende.
O PROFESSOR TRADICIONAL EM SALA
DE AULA NO MUNDO MODERNO UM DESASTRE PARA A EDUCAÇÃO
No modelo tradicional de ensino, o
professor de Direito adota a seguinte postura: Seleciona a doutrina a trabalhar;
resume suas abordagens conceituais; repassa o que tem de mais importante, resumiu
aos acadêmicos; cobra deles se compreenderam o assunto; aprova ou reprova os
que não conseguiram.
Dallari (1996, p.28), verbera
contra os professores que concebem e praticam o ensino jurídico como sendo a transmissão
de informações sobre textos de códigos e leis. Nessa sistemática o professor
apenas lê o texto para os alunos, como se eles fossem analfabetos, fazendo
comentários superficiais, que são pouco mais que a leitura do texto por meio de
sinônimos. Na verdade, o professor deve apresentar-se como fonte da informação.
A tradição equivocadamente repassada de professor para o aluno durante décadas,
leva-se a crer que, quem ensina é quem deve saber o conteúdo e quem aprende
deve saber respeitar o que lhe é informado.
Neste sentido, tal prática
autoritária, muito peculiar na atuação do ensino jurídico, tem na avaliação um
ato de mera repetição. Para quebrar esse paradigma é necessário que este
profissional docente seja um mediador, onde a troca de informações seja
respeitada e principalmente o conhecimento do aluno possa ser também levado em
conta. (Mediar a aprendizagem não é fornecê-la necessariamente, mediar é ficar
entre o objeto a ser conhecido e o sujeito que deve conhecer, intervindo o mínimo
neste processo, a não ser para dar as devidas sugestões e orientações).
Melo Filho (2000), tece críticas
sobre serem professores de Direito, profissionais liberais, sem o preparo
necessário para a prática docente jurídica, transferindo para o exercício desta
atividade de tão alto valor social, sua visão autoritária, individualista,
positivista, ao que a circunstância de advogado, magistrado, promotor, de procurador
e de até de um defensor, não assegura habilitação e qualidade para a docência jurídica.
Como resultado, suas ações didáticas e instrumentos metodológicos, não raro,
toram-se rotinas ineficazes, autoritárias, dogmatizadas, com os loquazes
professores de Direito ensinando o certo e o errado ou transformando o quadrado
em círculo, diante de alunos apáticos e silentes, cingindo a monocultura
jurídica e castrados em qualquer reflexão crítica ou criativa, onde o professor
é o único modelo do livro adotado, a referência maior (Melo Filho,2000, p.42).
Hoje vivemos em um mundo moderno
globalizado com inúmeras ferramentas para a melhoria da educação principalmente
na área jurídica, o ponta pé inicial é repensar um modelo político pedagógico
que envolva profissionais, traga pelo menos o mínimo de conhecimento da prática
docente. Não adianta ser um bom profissional,
se ele não tiver aberto as novas perspectivas do saber. O conhecimento vem de
todos os lados, o professor não só ensina, ele aprende também, o ministério da
educação de nosso país, ao expandir os cursos de Direito, não se preocupou em estabelecer
metas e critérios para a contratação deste profissionais da área jurídica. Hoje
temos em torno de mais de cinco milhões de bacharéis em Direito que não
conseguiram lograr êxito no exame de ordem, e os docentes tem uma grande
parcela de culpa neste número. A hora de agir é agora, para mudar essa triste
realidade nos cursos de Direito do nosso país.
Texto: Raimundo Lima do Nascimento
MELO FILHO, Á. Juspedagogia:
ensinar direito o Direito. In: OAB Ensino Jurídico: Balanço de uma experiência.
Brasília, OAB – Conselho Federal, 2000.
DALLARI, D. de A. O poder dos
juízes. São Paulo: Saraiva,1996.
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