domingo, 5 de julho de 2020

Carta Aberta à População Cearense, ao Governador do Estado do Ceará e ao Prefeito Municipal de Fortaleza


O SINDIREST/CE, Sindicato dos Restaurantes, Bares, Buffets, Barracas de Praia e Similares do Estado do Ceará, representante do setor em todo o Estado do Ceará, vem manifestar sua indignação com a decisão unilateral do Governo do Estado do Ceará, a ser seguida pela Prefeitura de Fortaleza, conforme contextualizamos a seguir:

Quando da divulgação, pelo Governo do Estado do Ceará, do Plano de Retomada Econômica em decorrência da pandemia causada pelo Coronavirus (COVID-19), foi anunciado, como previsão, que na Fase 3, os restaurantes poderiam expandir o seu horário de funcionamento até às 23h (atualmente, na Fase 2, os estabelecimentos do setor só podem funcionar das 10h às 16h para atendimento presencial ao público) e liberação das barracas de praia. Tudo a depender dos indicadores da Secretaria Estadual de Saúde.

Como sobredito, tratava-se de expectativa e, neste ponto, o SINDIREST/CE jamais tratou de considerar as afirmações do Governo do Estado de forma descontextualizada, emitindo comentários e posicionamento somente em cima dos Decretos e Protocolos efetivamente publicados, exatamente para evitarmos interpretações descontextualizadas entre nossos filiados, fato este que, inclusive, nos motivou a difundirmos em todo o setor a necessidade de obediência irrestrita ao protocolo sanitário fixado pelas autoridades.

Dito isto, as autoridades governantes deste Estado e desta Capital, jamais poderiam se furtar de esclarecer, objetivamente, por quais motivos deflagram o início da Fase 3 da Retomada Econômica, excluindo o setor de restaurantes de sua progressão de horário de funcionamento, e  negativa de reabertura das barracas de praia.

É absolutamente injustificável que as autoridades deixem para divulgar a progressão de reabertura de fases em um sábado a tarde.

Os empresários, ansiosos, por absoluta necessidade economia dada a crise pela qual passa o setor, ansiavam e se preparavam para o seguimento das fases conforme previsão inicial do Governo, ainda mais quando os indicadores de combate à pandemia em nosso Estado, amplamente divulgados pela imprensa local, dão conta de que Fortaleza já atinge patamar controlado, com redução do contágio, internações, ocupação de leitos de UTI e, graças a Deus, das mortes. Muitas empresas, investiram o pouco que restava de suas economias, para abastecer seus estoques e não poderão reabrir.

Nesse contexto, o governo do Estado beira à deslealdade com o setor tão combalido. Primeiro por não apresentar os motivos reais, fundados em dados técnicos e científicos (como o Sr. Governador tão acaloradamente já se manifestou em outras ocasiões) de não permitir o seu funcionamento como originalmente previsto. Segundo, pelo fato de não respeitar o mínimo de organização que se espera das empresas, posto que, se a previsão seria de que funcionassem a partir do dia 06 de julho com maior carga de trabalho, precisavam se abastecer de produtos (a grande maioria perecíveis) e organização interna, inclusive de escala de funcionários. E, por fim, por não permitir que a população cearense possa, frente a momentos apavorantes de isolamento social forçado, poder se reencontrar, com segurança, nas casas representadas pelo SINDIREST/CE.

Não obstante a indignação aqui manifestada, o SINDIREST/CE continua à disposição para contribuir com sugestões propositivas e técnicas, com o Governo do Estado do Ceará, a fim de evitar a quebra ainda maior de estabelecimentos do setor.

Antonio Alves de Moraes Neto
Vice Presidente do SINDIREST/CE
FONTE: SINDICATO DOS RESTAURANTES

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