Não devemos chamar o povo a escola para receber instruções
postuladas, receitas, ameaças, repreensões, mas participar coletivamente da
construção do saber que vai além do saber da pura experiência feita, que leve
em conta suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe
transformar em sujeito em sua própria história. A participação popular na
criação da cultura e da educação com a tradição de que só a elite é competente
e sabe quais são as necessidades e interesse de toda a sociedade, a escola deve
ser também um centro irradiador da cultura popular, à disposição da comunidade,
não para consumi-la, mas recria-la. A escola é também um espaço de organização política
das classes populares. A escola como um espaço aprendizagem será então
um centro de debates, ideias, soluções, reflexões, aonde a organização popular
vai sistematizando sua própria experiência. O filho do trabalhador deve
encontrar nesta escola os meios de auto emancipação e intelectual,
independentemente dos valores das classes dominantes. A escola é um espaço
físico. É um clima de trabalho, uma postura, um modo de ser. (Freire
Paulo,1991, p.16) Pedagogia do oprimido.
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