O ex-presidente
Lula conserva
força eleitoral mesmo após ser
condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), informou nesta quarta-feira (31) pesquisa do
Datafolha. O petista lidera o primeiro turno em todos os cenários em que seu nome é apresentado, com apoio de
34% a
37% do eleitorado. No segundo turno, venceria
Alckmin,
Marina e
Bolsonaro.
Com a condenação, Lula pode ser declarado
inelegível
com base na Lei da Ficha Limpa, mas pode recorrer a tribunais superiores
ou esperar uma decisão do TSE sobre sua candidatura, o que só deve
ocorrer em setembro. Caso o PT precise substituir Lula na urna
eletrônica, o levantamento do Datafolha mostra que o potencial do
petista de transferir votos para um
apadrinhado pode ter ficado abalado.
O percentual de eleitores que dizem que não votariam em um candidato
apoiado pelo ex-presidente subiu de 48%, em novembro, para 53%. Outros
27% dizem que o apoio de Lula influenciaria a escolha "com certeza", e
17% afirmam que "talvez" votassem no nome indicado por ele. O Datafolha
fez 2.826 entrevistas em 174 municípios. A margem de erro é de dois
pontos para mais ou menos.
Cenários do 1º turno com Lula (%)
Eleição sem Lula
Em uma possível corrida presidencial sem Lula (PT), quatro candidatos
disputariam uma vaga no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSC), de
acordo com a primeira pesquisa do Datafolha após a condenação do petista
em segunda instância. Caso o ex-presidente seja barrado pela Lei da
Ficha Limpa, seus votos ficariam pulverizados entre diversos nomes e a
briga pelo segundo lugar seria acirrada.
> Lula derrotado nas urnas seria politicamente adequado, diz Temer
Bolsonaro lidera o principal cenário sem a presença de Lula, com
18%
das intenções de voto. Ele aparece à frente de Marina Silva (Rede),
Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Luciano Huck (sem partido).
Marina, por sua vez, lidera o segundo pelotão, com 13%. Ciro (10%),
Alckmin (8%) e Huck (8%) estão tecnicamente empatados.
A saída de Lula da disputa, inclusive, impulsiona principalmente Marina
Silva e Ciro Gomes. Ao comparar cenários com e sem a participação do
ex-presidente, Marina passa de 8% para 13%, enquanto Ciro cresce de 6%
para 10%. Apesar de aparecer como primeiro colocado nessa situação,
Bolsonaro parou de crescer. Ele oscilou negativamente em todos os
quadros apresentados na pesquisa, em comparação com o levantamento de
novembro.
Cenários do 1º turno sem Lula (%)
Patinando
Outros candidatos também crescem quando Lula está fora do páreo, mas de
forma mais tímida: tanto Geraldo Alckmin quanto Luciano Huck sobem de
6% para 8%. No cenário sem Lula, um dos possíveis candidatos do PT, o
ex-governador baiano Jaques Wagner, aparece com 2%. O percentual de
eleitores que diz não saber em quem votar ou que votaria em branco ou
nulo sobe de 16% para 28% quando o ex-presidente não é um dos
candidatos.
O apresentador da Rede Globo reaparece na pesquisa numericamente
empatado com o governador paulista. Huck afirmou, em artigo publicado em
novembro na Folha de S.Paulo, que não será candidato, mas dirigentes
partidários ainda acreditam que ele pode disputar a Presidência.
Favorito para se candidatar ao Planalto pelo PSDB, Alckmin patina em
todos os cenários apresentados pelo Datafolha. O tucano tem de 6% a 11%
das intenções de voto. A dificuldade em subir nas pesquisas provocou
questionamentos dentro de seu próprio partido sobre a viabilidade de sua
candidatura. Potencial adversário interno, o prefeito paulistano João
Doria aparece com até 5%.
(Fonte: Diário do Nordeste)
Postado por Raimundo Lima