Em mais uma reunião das frentes parlamentares em Defesa dos
Municípios Brasileiros (FMB) e do Pacto Federativo (FPPF), ocorrida
nesta quarta-feira, 11 de setembro, deputados e senadores discutiram os
projetos que demandam articulação política municipalista no Congresso
Nacional. Entre os temas prioritários, Reforma Tributária e da
Previdência, cessão onerosa do pré-sal, Imposto Sobre Serviços (ISS) e
saneamento.
O presidente da FMB, Herculano Passos (MDB-SP), abriu o encontro
listando o que pode avançar ainda nesta semana. A Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 48/2019, da execução direta de recursos das emendas
de bancada e individuais é uma delas. “Vamos ter a instalação da
comissão especial hoje à tarde. É uma pauta importante para o
municipalismo. Assim como o PLP [Projeto de Lei Complementar] 461/2017,
que redistribui o ISS e está na pauta do plenário”, alertou. Como ele
explicou, há um acordo das lideranças com o presidente da Casa, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), para votar a proposta.
Matéria que acaba de ser aprovada no Senado Federal após articulação
das lideranças municipalistas, a PEC 98/2019 está no centro dos debates
na Câmara. O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM),
Glademir Aroldi, chamou atenção para a manutenção do critério do Fundo
de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE) na divisão dos
valores. “Primeiro entendimento é que nenhum Município ou Estado vai
perder. Isso é um auxílio financeiro, a União está transferindo
recursos. O que entrar é ganho para todos. E o critério do FPM e do FPE é
o mais justo que tem, todos os auxílios entregues até agora foram
assim”, lembrou.
Atuação municipalista
A
reação ocorre porque algumas alternativas estão sendo discutidas. “Se
for pela Lei Kandir, como estão falando, contempla sete, oito Estados e
deixa os outros de lado. Sem contar que já trabalhamos para que o Fundo
Social dos royalties do petróleo seja distribuído 1/3 conforme o FEX
[Fundo de Exportação], 1/3 Lei Kandir e 1/3 FPM, o que vai compensar
exportadores”, justificou o presidente. Aroldi explicou que as regiões
produtoras já foram beneficiadas com 3% e que, como o leilão está
previsto para 6 de novembro, a matéria deve ser analisada com
celeridade.
O deputado Afonso Motta (PDT-RS) reconheceu o desafio. “Vimos lá na
Câmara mobilização para mudar os critérios, vamos ter que aprofundar
discussão e trazer as bancadas para uma posição realmente municipalista,
defendendo tese do FPM”, sugeriu. Diante desse cenário, Sidney Leite
(PSD-AM) convocou união dos colegas. “Precisamos reunir esforços,
identificar os parlamentares comprometidos com a causa municipalista em
cada comissão. Também me preocupo que só temos três meses, corremos o
risco de perder o timing e não votarmos pautas importantes”.
Presidente da FPPF, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) sugeriu
criar uma lista dos projetos prioritários para apresentar a Rodrigo Maia
uma proposta de calendário de votação até o final do ano. Ele adiantou
que haverá uma reunião na Secretaria de Governo (Segov) da Presidência
da República na próxima semana. “Tive a oportunidade de conversar com
ministro Luiz Eduardo Ramos e a secretária Deborah Arôxa e eles
convidaram as frentes para falar do pacto”.
Consenso entre os presentes, a regulamentação do pacto federativo por
meio da Reforma Tributária foi definida como uma oportunidade única. “É
a chance de transferir recursos para os Municípios e fazer justiça. Se
não tiver efetividade na reforma, não sei de onde o governo vai tirar
dinheiro para o pacto”, disse Afonso Motta.
Previdência
Sobre
a PEC 6/2019, que muda as regras da aposentadoria, o senador Wellington
Fagundes (PL-MT) lamentou que não “exista o mesmo ânimo para aprovação
da PEC paralela na Câmara”. Segundo o líder, para isso, “os governadores
precisam se mobilizar, demonstrar interesse pela matéria”. Ele contou
que as lideranças do Senado devem definir calendário com o presidente da
Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que já convocou sessão para sexta e
segunda-feira, a fim de acelerar o processo.
O deputado Geninho Zuliani (DEM-SP) discordou, dizendo acreditar em
um consenso. “O texto apresentado pelo relator Tasso Jereissati está
muito bom. Definiu que os governadores terão de mandar projeto para
Assembleia Legislativa e que aprovação dependerá de maioria simples. Só
pedimos para mudar o prazo para os Municípios, que terão, não mais um
ano, mas pelo menos 18 meses. Assim, se o prefeito atual não quiser
votar e o novo tiver interesse, ele terá tempo”, explicou.
Sobre a PEC, Aroldi lembrou que a CNM ainda luta por três emendas dos
senadores Lasier Martins (Podemos-RS), Wellington Fagundes e Luis
Carlos Heinze (PP-RS), para garantir a migração direta dos Municípios
com Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), a migração entre
regimes e o rompimento do vínculo do servidor aposentado de forma
retroativa.
Estiveram presentes também os deputados Magda Mofatto; Eduardo
Bismarck; Liziane Bayer; Luizão Goulart; Benes Leocádio; Pedro
Westphalen; Mauro Nazif; José Cirilo; Marcelo Ramos; e Hildo Rocha; e o
senador Welligton Fagundes.
Fonte: CNM
Postado por Raimundo Lima
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