O Projeto de Integração da Transposição do Rio
São Francisco (Pisf) teve início em 2007 com a proposta de garantir
segurança hídrica para mais de 12 milhões de nordestinos em 390
municípios no Ceará, Paraíba, Pernambuco e no Rio Grande do Norte,
estados historicamente vulneráveis à seca. No entanto, mais de uma
década se passou e as águas do Velho Chico ainda não chegaram a todos os
destinos programados inicialmente.
Somente no Ceará, que deve ser o último a receber as águas, oito prazos já foram estabelecidos, contudo, nenhum deles foi cumprido. A grande incógnita é o fato das águas já terem chegado em estados vizinhos como Paraíba e Pernambuco, mas ainda não em solo cearense. A chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica do Ministério do Desenvolvimento Regional, Mariana Prado Franceschi de Andrade, minimizou a questão. Em palestra conferida no 3º seminário Água Innovation - Sustentabilidade e Eficiência Energética, na tarde de ontem (20), em Fortaleza, Mariana informou que a explicação reside nos "entraves" experimentados no Eixo Norte - porção da obra que inclui o Ceará. Ela recordou o abandono por parte de duas construtoras, uma delas a Mendes Júnior - que alegou incapacidade financeira -, e destacou que o episódio acarretou num período de paralisação das obras no Eixo Norte. Caso não tivesse ocorrido nenhum "imprevisto", avalia Mariana, as águas do Rio São Francisco já estariam correndo no Estado.
Agora, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) definiu para 30 de agosto o início do bombeamento das águas do reservatório Negreiros, no município de Salgueiro, no sertão de Pernambuco. Este novo prazo, conforme prevê Mariana Prado, deve ser cumprido. "É uma operação complexa. As águas vão percorrer 60 quilômetros, passando por dois açudes até chegar em Jati", explica. A previsão para a chegada no reservatório cearense é para dezembro de 2019, data próxima ao limite estipulado pela Agência Nacional de Águas (ANA), órgão responsável pela operação do Pisf.
"O Ceará tem até o dia 31 de dezembro deste ano para iniciar a operação comercial das águas transpostas, que são aquelas que serão fornecidas ao consumidor", pontua Patrick Thomas, superintendente adjunto da Superintendência de Regulação da ANA.
O Ceará vai receber quase a metade de toda a vazão da Transposição, estipulada em 26,4 metros cúbicos por segundo. "Para este ano, o Estado solicitou vazão de 12m³/seg", acrescentou Thomas. De acordo com Mariana, será transposta 1,4% da água da bacia do Rio São Francisco. "O impacto ambiental é mínimo, é uma porcentagem muito pequena", garante Franceschi.
Custo da água
Com a proximidade da conclusão da maior obra hídrica do País, os entes envolvidos já estudam um meio de baratear o custo final da água para o consumidor, na chamada operação comercial. Mariana antecipa que o MDR tem estudado a instalação de painéis solares nas áreas que já foram desapropriadas sobre o canal da Transposição e nos açudes, com placas flutuantes. A medida, conforme acrescenta Patrick, traria uma economia considerável para o consumidor.
No estudo inicial do projeto, o custo seria de R$ 0,13 por 1.000 litros (m3). Isso significaria um aumento de 5% a 7% na conta de água - valor considerado baixo se comparado ao que se paga hoje nos períodos de seca para obter a água por carro-pipa. No entanto, os valores foram atualizados para R$ 0,519, o que expõe a necessidade de políticas para baratear o custo final do líquido.
Fonte: Diário do Nordeste
Postado por Raimundo Lima
Somente no Ceará, que deve ser o último a receber as águas, oito prazos já foram estabelecidos, contudo, nenhum deles foi cumprido. A grande incógnita é o fato das águas já terem chegado em estados vizinhos como Paraíba e Pernambuco, mas ainda não em solo cearense. A chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica do Ministério do Desenvolvimento Regional, Mariana Prado Franceschi de Andrade, minimizou a questão. Em palestra conferida no 3º seminário Água Innovation - Sustentabilidade e Eficiência Energética, na tarde de ontem (20), em Fortaleza, Mariana informou que a explicação reside nos "entraves" experimentados no Eixo Norte - porção da obra que inclui o Ceará. Ela recordou o abandono por parte de duas construtoras, uma delas a Mendes Júnior - que alegou incapacidade financeira -, e destacou que o episódio acarretou num período de paralisação das obras no Eixo Norte. Caso não tivesse ocorrido nenhum "imprevisto", avalia Mariana, as águas do Rio São Francisco já estariam correndo no Estado.
Agora, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) definiu para 30 de agosto o início do bombeamento das águas do reservatório Negreiros, no município de Salgueiro, no sertão de Pernambuco. Este novo prazo, conforme prevê Mariana Prado, deve ser cumprido. "É uma operação complexa. As águas vão percorrer 60 quilômetros, passando por dois açudes até chegar em Jati", explica. A previsão para a chegada no reservatório cearense é para dezembro de 2019, data próxima ao limite estipulado pela Agência Nacional de Águas (ANA), órgão responsável pela operação do Pisf.
"O Ceará tem até o dia 31 de dezembro deste ano para iniciar a operação comercial das águas transpostas, que são aquelas que serão fornecidas ao consumidor", pontua Patrick Thomas, superintendente adjunto da Superintendência de Regulação da ANA.
O Ceará vai receber quase a metade de toda a vazão da Transposição, estipulada em 26,4 metros cúbicos por segundo. "Para este ano, o Estado solicitou vazão de 12m³/seg", acrescentou Thomas. De acordo com Mariana, será transposta 1,4% da água da bacia do Rio São Francisco. "O impacto ambiental é mínimo, é uma porcentagem muito pequena", garante Franceschi.
Custo da água
Com a proximidade da conclusão da maior obra hídrica do País, os entes envolvidos já estudam um meio de baratear o custo final da água para o consumidor, na chamada operação comercial. Mariana antecipa que o MDR tem estudado a instalação de painéis solares nas áreas que já foram desapropriadas sobre o canal da Transposição e nos açudes, com placas flutuantes. A medida, conforme acrescenta Patrick, traria uma economia considerável para o consumidor.
No estudo inicial do projeto, o custo seria de R$ 0,13 por 1.000 litros (m3). Isso significaria um aumento de 5% a 7% na conta de água - valor considerado baixo se comparado ao que se paga hoje nos períodos de seca para obter a água por carro-pipa. No entanto, os valores foram atualizados para R$ 0,519, o que expõe a necessidade de políticas para baratear o custo final do líquido.
Fonte: Diário do Nordeste
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