A criação de bezerros é uma etapa crítica do sistema de produção,
pois possui custos elevados devido às altas taxas de mortalidade e morbidade
por doenças, nutrição da categoria e custos de mão de obra. Então, para
minimizar os gastos nessa fase, precisamos da eficiência de um bom programa de
criação de bezerros. Para isso, necessitamos inicialmente, de um
planejamento reprodutivo, como decisão do peso para entrada à reprodução das
novilhas, escolha do touro adequado e atenção em todo o período de gestação –
em especial, nos dias próximos ao parto. Para as raças puras recomenda-se o
peso entre 360 e 400 kg e para mestiços, o peso de 315 e 348 Kg. Já a
dificuldade de parto para novilhas deve estar abaixo de 8% e para vacas 11%,
com o objetivo de reduzir distocias durante o parto.
As instalações também são de grande
importância para o sucesso na criação de bezerros, pois fornecem à vaca e ao bezerro melhores
condições para passar pelo momento crítico do parto. Os piquetes maternidades
devem ter boas condições de higiene, áreas bem ventiladas, porém sem grandes
correntes de vento. Devem ser secas, com boa cobertura vegetal, boa
drenagem do local, de fácil visualização do ambiente pela mão de obra para
monitoramento dos partos, área de pelo menos 56 m²/animal e 5m² de
sombra/animal devendo ser móvel para evitar o acúmulo de fezes e urina com 70 a
80cm linear de espaçamento de cocho por animal.
Monitoramento do
Parto
O parto deve ser
monitorado para avaliar constantemente a progressão de saída do bezerro, que é
mais importante do que o tempo do parto em si. É sabido que bezerros
provenientes de partos laboriosos têm aumento na porcentagem de mortalidade
pós-natal, porém enquanto o neonato estiver ligado à mão pelo cordão umbilical suas necessidades estarão
supridas. Por isso, é reiterada a necessidade de acompanhamento para
identificar a real necessidade de auxílio ao parto. Enquanto isso, deixar a
matriz passar pelo momento do parto de forma mais tranquila possível é o mais
indicado.
Conforto Térmico e
Físico
Logo após o
nascimento você precisa remover os anexos placentários do nariz e da boca do
bezerro, caso a vaca não tenha feito, e levá-lo imediatamente para o bezerreiro
que deve proporcionar ao animal um ambiente com conforto físico, térmico e comportamental. O conforto térmico é
quantificado entre 15ºC e 25ºC para bezerros recém-nascidos. Essa faixa de
temperatura é chamada de zona térmica neutra onde ele se mantém em homeotermia
e não precisa gastar energia para se manter na temperatura ideal. O espaço
disponível para o bezerro deve ser suficiente para permitir comportamentos
normais de alimentação e consumo de água, repouso e excreção, além de
locomoção. No caso de baias e gaiolas é importante preocupar-se com o piso, já
que pode tornar-se escorregadio, ocasionando tombos e traumas ou ainda
tornar-se abrasivo, reduzindo a saúde dos cascos. A qualidade do ar também é
importante para o conforto físico do bezerro. Altas concentrações de gases
tóxicos tais como amônia, podem causar danos ao epitélio pulmonar – esses gases
estão relacionados ao acúmulo de fezes e urina no local. No bezerreiro a cura
do umbigo deve ser feita imediatamente com uma solução de Iodo de 5 a 7%
durante cinco dias consecutivos ou até à cura completa do umbigo, juntamente
com o fornecimento de colostro equivalente a 10% do peso corporal. Se possível,
ofereça o colostro na mamadeira, respeitando a vontade do animal. Caso ele
rejeite, dê o restante do leite via sonda até 4 horas após o parto.
Imunidade
O sistema imune dos
bezerros recém-nascidos é incapaz de produzir quantidades suficientes de
anticorpos para os desafios do ambiente. Além disso, a placenta impede a
transferência de imunoglobulinas, estando os bezerros dependentes do colostro
para receber essas glicoproteínas e para absorver células do sistema
imune. No caso em que o animal não possa se alimentar do colostro da própria
mãe, seja por morte ou por outro motivo, um banco de colostro deve estar à
disposição do neonato. Para avaliar a qualidade, a concentração de
imunoglobulinas de todos os colostros produzidos na fazenda deve ser medida
pelo colostrômetro. Este equipamento é calibrado em intervalos de 5 mg/mL e
classifica o colostro conforme a concentração de imunoglobulinas: pobre, com
concentração de até 22 mg/mL; mediana, com concentração entre 22 a 50 mg/mL;
boa, concentração > 50 mg/mL (Pritchett et al, 1994). Devem ser congelados
apenas os de boa qualidade e em freezers que não haja descongelamento
automático, ocasionando variação da temperatura.
No aleitamento, a
recomendação adotada mundialmente é a de fornecer dieta líquida, em
aproximadamente 10% do peso corporal (PC) do bezerro, com o objetivo de
propiciar o desaleitamento precoce, a redução dos custos com a alimentação e
incentivar o consumo precoce de concentrado. Entretanto, o fornecimento
restrito durante a fase de aleitamento proporciona baixo ganho médio diário
(GMD) e aumento nos riscos de doenças, reduzindo o bem-estar dos bezerros.
Quando o bezerro pode se alimentar a vontade ou é nutrido
com maior quantidade de dieta líquida, ele apresenta melhor taxa de crescimento
e até mesmo menor incidência de doenças. Essa constatação fez com que nas
últimas décadas, novos programas de aleitamento fossem indicados. Tem sido
discutido e preconizado o aumento do fornecimento do volume de dieta liquida
para bezerros, sendo essa estratégia denominada “crescimento acelerado”. O
sistema consiste no fornecimento de dieta liquida a vontade ou em maior volume,
de 6 a 12L/dia.
- Essa prática de aleitamento tem sido criticada devido à redução no consumo de concentrado ocasionado pela ingestão de grandes volumes de dieta liquida. No entanto, mesmo que maior volume de dieta líquida proporcione menor consumo de alimentos sólidos antes do desaleitamento, esta queda pode não permanecer após esse período, sendo que o GMD e a ingestão de alimentos sólidos depois da fase de aleitamento são, geralmente, semelhantes para bezerros alimentados convencionalmente ou com maiores quantidades de dieta liquida.
Para contornar a
queda no consumo de alimentos sólidos causado pelo volume de leite consumido
pelo bezerro foram desenvolvidas as estratégias de desaleitamento gradual
(Sweeney et al., 2010) e o aleitamento em “step-down” (Khan et al.,
2007a). Essa técnica consiste no fornecimento da dieta líquida a 20% do peso
corporal, até 28 dias de idade, com redução a partir daí para 10% do peso
corporal. Essa queda no volume de leite provoca aumento linear do consumo de
sólidos, proporcionalmente a redução na ingestão líquida, resultando em aumento
significativo do consumo de concentrado no restante do período e após o
desmame.
Detecção Precoce de
Doenças
A detecção precoce de doenças
nos animais é baseada no constante acompanhamento e observação.
- No momento da alimentação, por exemplo, onde o apetite não é saciado, podem ocorrer mudanças de comportamento perceptíveis: eles bebem leite ou ficam em pé por mais tempo após comerem.
- Não há sempre a presença de tosse e secreções, porém mudanças na temperatura ocorrem nos casos de doença.
- O animal geralmente apresenta redução nos cuidados com o próprio corpo e na exploração do ambiente.
- Apatia também é um ponto a ser observado.
O escore de saúde dos bezerros
pode ser aplicado para ajudar no diagnóstico de possíveis doenças do período,
como escore de secreção nasal, escore de olhos, orelhas e respiratório
individual, onde o normal fica em 0 pontos e quando há características próximas
a que se acredita ser de uma provável doença fica em 3, formando uma pontuação
que auxilie na decisão de tratamento dos animais. Outras práticas de manejo
devem ser adotadas em momentos específicos para favorecer que o animal expresse
sua capacidade produtiva máxima, como o core de tetos supranumerários entre
duas e quatro semanas de idade. A mochação deve ser feita entre 15 e 60 dias de
idade, considerando a possibilidade de anestésico e anti-inflamatório para que ele
retorne ao consumo da dieta normal o mais rápido possível. Evite a proximidade
do período da desmama por ser outra fase crítica para o bezerro, ocasionando
maior estresse para o animal. Maiores informações na
AGROCEL 85.30641414.
Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade com o MEIO AMBIENTE.
Agrocel
Agropecuária Cearense Ltda.
(85)8603-1085 (85)3064-1414
Postado por Raimundo Lima
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