Segundo a investigação, o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de
dízimos, doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de
eventos como batismos e casamentos.
O G1
tentou contato por telefone e mensagem com a Diocese de Formosa, mas
não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça apontam que o grupo comprou uma fazenda de criação de gado e uma casa lotérica com dinheiro desviado de dízimos e doações.
Em decisão, juiz disse haver indícios de que o dinheiro era usado para
despesas pessoais e que carros da Diocese de Formosa eram usados com
fins particulares.
As investigações começaram após denúncias de fiéis que relataram desvios iniciados em 2015. Em dezembro de 2017, o bispo negou haver irregularidades nas contas da Diocese de Formosa.
Operação Caifás
A ação, batizada de "Caifás", tem ao todo nove mandados de prisão e dez
de busca e apreensão em Formosa, Posse e Planaltina. Além de
residências e igrejas, um mosteiro também é alvo da investigação.
Segundo o promotor de Justiça Douglas Chegury, um dos responsáveis pela
operação, foram apreendidas caminhonetes da cúria em nomes de
terceiros, além de uma grande quantia de dinheiro em espécie, com valor
ainda não foi divulgado.
De acordo com o MP-GO, a suspeita é que a associação criminosa atuava
na cúria da Diocese da Igreja Católica de Formosa e em outras paróquias
relacionadas a ela nas outras cidades. Participaram da ação cerca de dez
promotores de Justiça, além das polícias Civil e Militar.
Denúncia
Em dezembro de 2017, fiéis denunciaram que as despesas da casa
episcopal de Formosa, onde o bispo mora, passaram de R$ 5 mil para R$ 35
mil desde que Dom José Ronaldo assumiu o posto, havia três anos.
"O que nós temos certeza é que as contas da cúria não fecham. Então,
nós queremos a abertura pública das contas da cúria [administração da
diocese] e dos gastos da casa episcopal", disse uma fiel, que preferiu
não se identificar.
O grupo que contesta as contas informou que não recolheria o dízimo até
que as medidas fossem atendidas. A diocese disse, na época, que o custo
das 33 paróquias é de cerca de R$ 12 milhões por ano. Já a arrecadação,
no mesmo período, é de R$ 16 milhões. O restante é destinado ao fundo
de cada unidade.
Dom José Ronaldo alegou na época que não tocava no dinheiro e que não
houve o pedido, por parte do grupo, para a apresentação de contas.
"Não tem nada de impropriedade. Não toco nos repasses financeiros das
paróquias que são destinados à manutenção das necessidades da Diocese,
casa do clero, seminário, estrutura da cúria, funcionários etc",
declarou.
Fonte: Portal G1
Postado por Raimundo Lima
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