Após ter encaminhado pedido de proteção à Corte Interamericana de
Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), a
arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ),
confirmou ontem, 06, durante quase três horas de depoimento na polícia,
que há quatro meses sofre ameaças – pessoalmente e também pela internet.
O depoimento foi prestado na Delegacia de Homicídios, na Barra da
Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Mônica foi ouvida pelo delegado titular, Giniton Lages. A arquiteta
contou que, em dois momentos diferentes, foi acompanhada por um carro em
situação estranha e que também foi alvo de constrangimento na rua. Em
um deses momentos, Mônica disse que um homem repetiu que ela estava
“falando demais” e “precisava ter cuidado para não morrer”.
A arquiteta revelou ainda que recebeu mensagens raivosas em seu
perfil na rede social Twitter. Ao deixar a delegacia, Mônica afirmou
que, inicialmente, não pretende pedir para ser incluída no programa de
proteção a testemunhas, mas Lages disse que há disposição para dar mais
segurança a ela.
Mônica informou que, ao longo desta semana, pretende buscar
alternativas para evitar o incômodo em que vive há quatro meses. “Isso
tem que ser negociado ainda, porque precisam ser apresentadas algumas
soluções. Tudo isso vai ser discutido e não tenho muitas informações.”
Por motivo de segurança, a arquiteta disse que não poderia fornecer
detalhes do depoimento na polícia. Porém, demonstrou tranquilidade a
partir do pedido feito à Corte da OEA. “Isso significa que a OEA cobra
do Estado brasileiro que garanta minha segurança e proteção para que eu
continue exercendo o trabalho de defensora dos direitos humanos, porque
eu venho ocupando, cada vez mais, os espaços de fala que eram de
Marielle.”
Para Mônica, a iniciativa da OEA, de atender a seu pedido, é uma
demonstração de que o caso Marielle faz parte das prioridades do Estado.
A vereadora foi assassinada em 14 de março deste ano, na região central
do Rio de Janeiro, ao lado do motorista Anderson Pedro Gomes, mas o
crime ainda é objeto de investigação e aguarda desfecho.
Fonte: Repórter Ceará – Foto e texto: Agência Brasil
Postado por Raimundo Lima
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