A gestão municipal pode contar com a iniciativa privada para que construções, transportes e indústrias sustentáveis se multipliquem nas áreas urbanas e rurais das cidades. No quinto dia da série de boas práticas, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra como novos empreendimentos dos setores industrial, da construção civil e de mobilidade têm reduzido os impactos ambientais.
O Programa Internacional de Cooperação Urbana (IUC-LAC) fez o levantamento de 165 iniciativas de desenvolvimento sustentável, divididas em 11 áreas temáticas, que serão divulgadas em um livro. O material já está disponível em um site. Ao conhecer as ações, é possível constatar que a prefeitura não está sozinha e deve fazer parcerias e incentivar outros atores a adotar o selo verde.
Entre as construções listadas, que incluem um orfanato, restaurante, habitações sociais e uma igreja, está o edifício sede da CNM. A Casa do Municipalismo brasileiro, inaugurada em 2017, conta com captação e reuso da água da chuva e de águas cinzas, técnicas de resfriamento passivas e reciclagem de resíduos. A vegetação, o espelho d’água, o brise soleil, o telhado verde, a fachada ventilada e as persianas com camada reflexiva complementam as características ecológicas.
“Os maiores gastos são na elaboração do projeto e na execução. Depois de implementado, a manutenção não é onerosa. Ainda assim, atualmente sistemas elétricos e hidráulicos sustentáveis têm custos e tecnologia mais simples e acessíveis que há 10 anos”, compara Renato Peçanha, engenheiro civil da CNM. Segundo ele, a parte técnica antes da conclusão da obra demanda mais pela complexidade e a necessidade de integração entre os sistemas.
Sol e água
Apesar dos investimentos iniciais, há redução de custos a médio e longo prazo. Outros dois casos brasileiros que provam isso são o projeto de Geração de Renda e Energia em Juazeiro (BA) e a Câmara Municipal de São José (SC). No primeiro, foram instalados painéis solares nos telhados de cerca de 1 mil unidades habitacionais de dois condomínios do Programa Minha Casa Minha Vida. Houve capacitação dos moradores, mulheres na maioria, para operação e manutenção dos equipamentos.
Já o projeto do Legislativo municipal catarinense foi concluído em 2010 com gerador próprio de energia eólica e sistema de reaproveitamento da água da chuva para banheiros, jardins e limpeza das instalações – que possibilitou uma economia de 50% na conta de água. A localização do prédio, a beira mar, possibilita a produção de mais de 500 kWh de energia limpa por mês, o que teve impacto também na conta de luz.
Indústrias e transportes
Sobre os outros dois setores, o projeto Ruas Completas, a Sinctronics e a Votorantim Cimentos têm promovido ações de alcance nacional. Os objetivos são, respectivamente, reduzir a emissão de gases de efeito estufa, implementar a logística reversa e substituir o combustível fóssil por fontes de energia alternativas (como resíduos sólidos urbanos e biomassas) na produção de cimento.
A Granja Barreirinho, em Sete Lagoas (MG), o projeto Veículos Alternativos para Mobilidade (VAMO), de Fortaleza (CE), e o BRT do Rio de Janeiro (RJ) completam a lista das boas práticas brasileiras listadas. De um negócio familiar de suinocultura às políticas públicas de transporte, não faltam exemplos para motivar um desenvolvimento local mais sustentável.
Veja os exemplos de
Construção sustentável
Transporte sustentável
Indústrias sustentáveis
Por Amanda Maia
Fotos: CNM e Sun Volt/Divulgação
Da Agência CNM de Notícias
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