A Polícia segue em busca da motivação e dos responsáveis pela chacina,
ocorrida no fim da noite de sábado (3), dentro de uma mansão na Praia do
Porto das Dunas, em Aquiraz. Seis homens que participavam de uma festa
foram executados por um bando armado, que invadiu o local e efetuou
vários disparos. Em princípio, as execuções estariam ligadas à disputa
entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado
(GDE) pela disputa do tráfico de drogas.
De acordo com a Polícia, por volta das 22 horas, aproximadamente 20
pessoas estavam na casa situada na Rua Búzios, quando cerca de 10 homens
a bordo de dois veículos, um deles um Jeep Renegade, derrubaram o
portão de alumínio da residência. Já dentro do imóvel, os atiradores
encapuzados, efetuaram dezenas de disparos de pistolas, calibres Ponto
40 e 380.
Testemunhas revelaram aos policiais que, ao ouvir os tiros, saíram em
disparada pulando o muro. Uma delas derrubou a cerca elétrica que
circundava a residência. Áudios divulgados pelos sobreviventes nas redes
sociais revelam o pânico vivido no momento do ataque. Em um deles, uma
vítima grita o nome dos mortos e cita algumas pessoas que conseguiram
fugir dos executores. Nervoso, o homem repete: "Chama a Polícia,
pivete".
Investigação
Depois do atentado, os corpos ficaram espalhados pela grama do jardim e
na varanda do andar térreo do imóvel. Patrulhas do Batalhão de
Policiamento Turístico (BPTur) foram acionadas, mas não acharam os
suspeitos.
Morreram na casa Klinsmann Menezes Cavalcante, Davi Saraiva Benigno,
Nilo Barbosa de Sousa Neto, Mateus de Matos Costa Monteiro, Fernando dos
Santos Rodrigues Junior e Edimilson Magalhães Neto.
Equipes da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da
Perícia Forense do Ceará (Pefoce) estiveram no local. Pelo menos quatro
delegados compareceram à cena do crime, entre eles o delegado geral da
Policia Civil, Everardo Lima.
O delegado Leonardo Barreto, diretor da DHPP, disse que seria prematuro
fazer qualquer afirmação sobre a investigação, mas não descartou a
ligação de vítimas e acusados com atividades criminosas. Barreto disse
que no local surgiu a informação de que a festa seria a comemoração pela
saída de uma das vítimas do presídio, mas segundo ele, nada foi
confirmado.
Testemunhas do crime, que teriam relação com as vítimas, foram levadas à
DHPP para prestarem depoimento. Um homem, identificado como Wesley
Barros Morais foi detido na casa. "Ele chegou depois das mortes e disse
que tinha intenção de participar da festa. No entanto, quando foi
checado o nome dele, bem como das outras pessoas que estavam na casa,
foi descoberto que ele estava com mandado de prisão em aberto por um
roubo", afirmou o diretor da DHPP.
Exatamente a 1h15 minutos, os trabalhos periciais foram concluídos. Em
seguida, os corpos começaram a ser recolhidos. Antoniel Silva,
coordenador da Perícia Criminal, disse que foi feito um levantamento e
os calibres das armas utilizadas pelos atiradores foram Ponto 40 e 380.
"Encontramos seis cadáveres do sexo masculino que apresentavam múltiplas
lesões. Ferimentos na cabeça, costas, pernas, braços".
Até o fechamento desta edição, nenhum suspeito de participar da chacina
havia sido preso. No local do crime havia rumores de pessoas feridas,
mas a SSPDS informou que não há registros de vítimas socorridas.
Rivalidade
A rivalidade entre facções é a causa de centenas de mortes ocorridas
neste ano, no Ceará, conforme uma fonte da Polícia Civil. O servidor
disse que antigas alianças entre as gangues foram quebradas e elas estão
se reorganizando. "Esta matança é consequência da disputa por novos
territórios. É realmente preocupante, porque já deu para ver que eles
estão dispostos a tudo. Enquanto durar essa reorganização, isso não vai
parar"
(Fonte: Diário do Nordeste)
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