O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje, 28, o julgamento sobre a
constitucionalidade do decreto de indulto natalino assinado pelo
presidente Michel Temer, no ano passado. O decreto pode vir a beneficiar
21 dos 39 condenados na Operação Lava Jato, como o ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o ex-ministro Antonio Palocci (PT-SP).
O decreto é editado todos os anos pelo presidente da República. O
indulto é o perdão concedido pelo presidente, previsto na Constituição. A
medida gerou críticas por perdoar quem cumpriu um quinto da pena por
condenações de crimes sem violência ou grave ameaça, como corrupção e
lavagem de dinheiro.
Na sua conta no Twitter, o procurador Deltan Dallagnol, que atua na
Lava Jato, apelou ontem (27) para rejeição ao indulto. “[A] Lava Jato
analisou a situação de 39 corruptos condenados e 21 serão perdoados pelo
indulto de Temer, caso o STF não o derrube. Isto é, mais de 50% desses
condenados por corrupção sairão pela porta da frente da cadeia. Isso
seria a ruína da Lava Jato, o fim da linha.”
O julgamento definitivo começou no último dia 21 e foi suspenso após
as sustentações da Procuradoria-Geral da República (PGR), da Defensoria
Pública da União (DPU) e de entidades em prol do direito de defesa.
Em dezembro do ano passado, durante o recesso de fim de ano, a então
presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, atendeu a um pedido da PGR e
suspendeu o decreto. Em seguida, o relator do caso, ministro Luís
Roberto Barroso, restabeleceu parte do texto, retirando a possibilidade
de benefícios para condenados por crimes de corrupção, como os presos da
Lava Jato.
Fonte: Repórter Ceará com Agência Brasil
Postado por Raimundo Lima
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