Valor do salário mínimo, que atualmente é de R$ 937, terá reajuste de R$ 17. Medida valerá a partir de 1º de janeiro.
O presidente da República, Michel Temer, assinou nesta sexta-feira (29)
decreto que fixa em R$ 954 o valor do salário mínimo em 2018, aumento
de R$ 17 em relação ao valor em vigor. Atualmente, o salário mínimo está
em R$ 937.
A medida será publicada ainda nesta sexta em edição extra do "Diário
Oficial da União". O reajuste valerá a partir de 1º de janeiro.
O reajuste do salário mínimo em 2018 é o menor em 24 anos. Também é menor do que a estimativa que havia sido aprovada pelo Congresso Nacional, de R$ 965. Com isso, o governo prevê economizar R$ 3,3 bilhões no ano que vem (veja mais abaixo neste texto).
O decreto presidencial estabelece ainda que o valor diário do salário
mínimo corresponderá a R$ 31,8, e o valor horário, a R$ 4,34.
O valor de R$ 954 que valerá para 2018 é 1,81% maior que os R$ 937 do salário mínimo de 2017.
Cerca de 45 milhões de pessoas no Brasil recebem salário mínimo, entre
aposentados e pensionistas, cujos benefícios são, ao menos em parte,
pagos pelo governo federal.
Como é reajustado o salário mínimo?
O baixo reajuste do salário mínimo está relacionado à fórmula como a
correção é feita de um ano para o outro. Essa fórmula leva em
consideração:
- A variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, calculado pelo IBGE;
- E o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
No caso de 2018, portanto, está sendo somado o resultado do PIB de
2016, que foi de queda de 3,6%, com o INPC de 2017. Como o resultado do
PIB de 2016 foi negativo, o reajuste do salário mínimo é feito apenas
pela variação do INPC.
Neste caso, portanto, o 1,81% de variação do INPC é uma estimativa do
governo, já que o percentual exato só será conhecido em janeiro.
Entre janeiro e novembro de 2017, a variação do INPC foi de 1,80%. Já a
mais recente avaliação do mercado financeiro, colhida pelo Banco
Central na semana passada, estima que a variação do INPC neste ano fique
em 2,16%.
Em entrevista ao G1,
o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que, em 2017, o
reajuste ficou um pouco acima do que a fórmula do salário mínimo
determinava para esse ano e que por isso, para 2018, esse excedente tem
de ser descontado.
"O governo não podia dar um reajuste maior. Não tem nenhuma decisão que
o governo possa tomar diferente dessa [do valor de R$ 954 proposto para
2018]. Não é uma alternativa. No fundo, é uma notícia boa, que a
inflação foi baixa", declarou o ministro.
De acordo com ele, a lei é "muito precisa" ao fixar a variação do INPC
do ano anterior e do PIB de dois anos antes (que, em 2016, foi negativo)
para a correção do salário mínimo.
"Ela fala que é a variação INPC, por um motivo correto, ele tem uma
cesta de consumo para quem ganha até 5 salários mínimos, e o IPCA é de
até 40 salários mínimos. O INPC tem um peso de alimentação maior do que o
IPCA. Como neste ano os alimentos foram um dos itens que puxaram a
inflação para baixo, pesa mais no INPC do que no IPCA. A inflação é
menor e o reajuste de salário mínimo vai conforme a inflação", afirmou.
Fórmula vigora desde 2012 e vai até 2019
A atual fórmula de reajuste do salário mínimo começou a valer em 2012, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Em 2015, Dilma encaminhou ao Congresso uma Medida Provisória que foi aprovada e estendeu esse modelo de correção até 2019.
No ano que vem, portanto, o governo fixará o salário mínimo de 2019
pela última vez com base nessa regra. Analistas esperam que o novo
formato de correção do salário mínimo, de 2020 em diante, seja um dos
pontos debatidos na campanha eleitoral para a Presidência da República
no ano que vem.
Economia de R$ 3,3 bilhões
Com a decisão de conceder um reajuste R$ 11 menor em relação à
estimativa anterior de R$ 965, o governo economizará cerca de R$ 3,3
bilhões em gastos em 2018.
"Cada um real de aumento no salário mínimo gera um incremento de R$
301,6 milhões ao ano nas despesas do governo", informou o Ministério do
Planejamento na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
encaminhada ao Congresso em abril.
Números oficiais mostram que o benefício de cerca de 66% dos
aposentados equivale ao salário mínimo. A correção do mínimo também
impacta benefícios como a RMV (Renda Mensal Vitalícia), o
seguro-desemprego e o abono salarial.
O valor do salário mínimo proposto para o próximo ano ainda está
distante do valor considerado como "necessário", segundo cálculo do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese).
De acordo com o órgão, o salário mínimo "necessário" para suprir as
despesas de uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia,
saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência
deveria ser de R$ 3.731,39 em novembro deste ano.
Fonte: Portal G1
Postado por Raimundo Lima
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