O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta quinta-feira, 28, o valor
de R$ 2.455,35 como piso salarial dos professores públicos, em âmbito
nacional, a partir de janeiro de 2018. O reajuste foi de 6,81% e ficou
acima do índice da inflação, previsto para 2017 em 2,8% pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O salário anterior,
vigente em 2017, era de R$ 2.298,80.
O ministro Mendonça Filho (DEM) assinou a portaria que deve ser
publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (29). Ele se
reuniu na semana passada com representantes dos sindicatos de
professores e dos secretários da Educação. De acordo com o MEC, o
reajuste do piso ficou acima da inflação pelo segundo ano consecutivo.
O piso nacional do magistério vale para os profissionais de educação
básica em início de carreira, com formação de nível médio, contratados
para jornada de 40 horas semanais e é atualizado anualmente, sempre em
janeiro, conforme determina a lei.
Apesar do patamar mínimo, as redes de ensino de Estados e municípios
enfrentam dificuldades financeiras para pagar o salário estabelecido
pelo MEC. Conforme pesquisa divulgada no ano passado pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), metade dos Estados
conseguia atingir o piso nacional.
O ministro disse, em gravação divulgada pelo MEC, que o piso nacional
"motiva" e "valoriza" os professores. Mendonça Filho cobrou que os
municípios e Estados sigam a legislação. Ele ressaltou "a necessidade de
que as prefeituras e os governos estaduais respeitem o piso nacional
dos professores, que tem crescido nos últimos anos, e deve assegurar o
mínimo de dignidade a todos os professores do País".
O MEC informou que o critério de reajuste tem como base o crescimento
do valor mínimo anual por aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica (Fundeb) de 2016 em relação a 2015.
O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo
Ziulkoski, protestou contra o reajuste. "É estranho, para não dizer
surreal. O governo, no mesmo período em que edita uma emenda
constitucional (do teto) que por 20 anos só permite aumentar seus gastos
na inflação, que é 2,8% neste ano, dá um aumento de 6,81%. É uma lógica
perversa para a federação brasileira. Quem produziu esse caos fiscal
foi a União e a maioria do Congresso, não as prefeituras."
A CNM deve divulgar nesta sexta-feira um estudo com impacto do aumento
no piso dos docentes nas contas municipais. Ziulkoski diz que 24% da
folha do funcionalismo das prefeituras é gasta com magistério, o que
representa cerca de R$ 68 bilhões. Por isso, o impacto nas contas dos
municípios deve ficar em R$ 4,5 bilhões a mais a partir de janeiro só
com salários, podendo chegar a R$ 7 bilhões, quando adicionados os
encargos.
Segundo o presidente da CNM, o Fundeb, que financia os salários,
aumentou 93% desde 2009, enquanto o piso salarial subiu 158%. Isso faz
com que os municípios gastem atualmente quase 80% do que recebem do
Fundeb com os salários. "Isso liquidou com a qualidade da educação",
disse Ziulkoski.
(Fonte: Portal R7)
Postado por Raimundo Lima
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