Nesta sexta-feira, 25 de janeiro, aconteceu o rompimento de uma
barragem de rejeitos em Brumadinho (MG), região metropolitana de Belo
Horizonte. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) entrou em contato
com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil de Minas Gerais
(CEPDEC/MG), a qual informou que há relatos de inúmeras pessoas que
foram pegas de surpresa e arrastadas pelo grande volume de lama e
dejetos.
Porém, por enquanto, não há como informar o número exato de
vítimas, uma vez que equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar,
Defesa Civil e Samu estão no local executando o trabalho de resposta ao
desastre e realizando a busca e salvamento das vítimas.
A barragem, assim como a da tragédia de Mariana (MG), pertence a
mineradora Vale. Só no Estado mineiro, existem aproximadamente 450
represas semelhantes. A Agência Nacional de Águas (ANA) tem registradas
24 mil barragens em todo o Brasil, sendo 27 em Brumadinho. As primeiras
informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da
companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.
Impactos
A CEPDEC/MG
reconheceu que a situação é grave e explicou que as chances de alguém
sobreviver a um soterramento de lama ou de terra molhada é quase nula,
uma vez que a vítima se afoga com a força da água e quantidade de lama
em questão de minutos. Por este motivo, o resgate deve ser imediato e
com auxílio do Estado e da União.
Segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, os rejeitos já afetaram
o Rio Paraopeba, que é afluente do Rio São Francisco, um dos maiores do
Brasil. O Paraopeba compõe o Sistema Integrado de empreendimentos de
armazenamento, captação, tratamento e distribuição de água para consumo
na Região Metropolitana da capital mineira. O sistema é composto por
três reservatórios: Sistema Rio Manso, Serra Azul e Sistema Vargem das
Flores.
A CNM lamenta o ocorrido e reforça a necessidade de ações
preventivas. Vale lembrar que, em novembro de 2015, o acidente que
espalhou os rejeitos de minério de ferro – explorados pela empresa
Samarco (subsidiária da Vale) em Mariana (MG) – causou a destruição do
meio-ambiente, contaminação do rio, do solo e um saldo de 19 mortos.
“É com pesar que, apesar dos reiterados alertas, mais uma
barragem se rompe, atingindo agora a região metropolitana de uma das
maiores capitais do Brasil. Já estamos em contato com a Associação
Mineira de Municípios para, na medida do possível, auxiliar os gestores
locais no enfretamento de mais essa tragédia. Também estamos tentando
falar com o prefeito Avimar Barcelo para auxiliá-lo neste momento de
dificuldade. Toda solidariedade ao povo mineiro e que Deus nos ajude”,
desabafa o presidente da CNM, Glademir Aroldi.
Estudo
Desde a tragédia de
Mariana, a CNM acompanha o desdobramento de barragens em riscos e busca
dar visibilidade ao tema, com mais de 50 notícias publicadas no site da
entidade, ao longo de três anos. As informações estão disponibilizadas
no Observatório dos Desastres Naturais, no site da CNM. Nesse contexto, a CNM destaca o estudo Diagnóstico de Segurança das Barragens Brasileiras,
com dados do Relatório de 2016 da Agência Nacional de Águas, que
destaca quais Municípios possuem barragens de alto riscos e danos
associados.
Além disso, a entidade disponibiliza na Biblioteca Virtual
publicações com orientações aos governos municipais de prevenção e
enfrentamento aos desastres. Na página on-line é possível encontrar
cartilhas, notas técnicas, estudos e pesquisas voltadas à sensibilização
de gestores, de profissionais em proteção e defesa civil e da sociedade
civil.
Fonte: Portal CNM
Postado por Raimundo Lima
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