domingo, 27 de janeiro de 2019

Barragem de rejeitos se rompe em Brumadinho; CNM lamenta e acompanha o caso

Nesta sexta-feira, 25 de janeiro, aconteceu o rompimento de uma barragem de rejeitos em Brumadinho (MG), região metropolitana de Belo Horizonte. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) entrou em contato com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil de Minas Gerais (CEPDEC/MG), a qual informou que há relatos de inúmeras pessoas que foram pegas de surpresa e arrastadas pelo grande volume de lama e dejetos.
Porém, por enquanto, não há como informar o número exato de vítimas, uma vez que equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil e Samu estão no local executando o trabalho de resposta ao desastre e realizando a busca e salvamento das vítimas.
A barragem, assim como a da tragédia de Mariana (MG), pertence a mineradora Vale. Só no Estado mineiro, existem aproximadamente 450 represas semelhantes. A Agência Nacional de Águas (ANA) tem registradas 24 mil barragens em todo o Brasil, sendo 27 em Brumadinho. As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.
Impactos
A CEPDEC/MG reconheceu que a situação é grave e explicou que as chances de alguém sobreviver a um soterramento de lama ou de terra molhada é quase nula, uma vez que a vítima se afoga com a força da água e quantidade de lama em questão de minutos. Por este motivo, o resgate deve ser imediato e com auxílio do Estado e da União.
Segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, os rejeitos já afetaram o Rio Paraopeba, que é afluente do Rio São Francisco, um dos maiores do Brasil. O Paraopeba compõe o Sistema Integrado de empreendimentos de armazenamento, captação, tratamento e distribuição de água para consumo na Região Metropolitana da capital mineira. O sistema é composto por três reservatórios: Sistema Rio Manso, Serra Azul e Sistema Vargem das Flores.
A CNM lamenta o ocorrido e reforça a necessidade de ações preventivas. Vale lembrar que, em novembro de 2015, o acidente que espalhou os rejeitos de minério de ferro – explorados pela empresa Samarco (subsidiária da Vale) em Mariana (MG) – causou a destruição do meio-ambiente, contaminação do rio, do solo e um saldo de 19 mortos.
“É com pesar que, apesar dos reiterados alertas, mais uma barragem se rompe, atingindo agora a região metropolitana de uma das maiores capitais do Brasil. Já estamos em contato com a Associação Mineira de Municípios para, na medida do possível, auxiliar os gestores locais no enfretamento de mais essa tragédia. Também estamos tentando falar com o prefeito Avimar Barcelo para auxiliá-lo neste momento de dificuldade. Toda solidariedade ao povo mineiro e que Deus nos ajude”, desabafa o presidente da CNM, Glademir Aroldi.
Estudo
Desde a tragédia de Mariana, a CNM acompanha o desdobramento de barragens em riscos e busca dar visibilidade ao tema, com mais de 50 notícias publicadas no site da entidade, ao longo de três anos. As informações estão disponibilizadas no Observatório dos Desastres Naturais, no site da CNM. Nesse contexto, a CNM destaca o estudo Diagnóstico de Segurança das Barragens Brasileiras, com dados do Relatório de 2016 da Agência Nacional de Águas, que destaca quais Municípios possuem barragens de alto riscos e danos associados.
Além disso, a entidade disponibiliza na Biblioteca Virtual publicações com orientações aos governos municipais de prevenção e enfrentamento aos desastres. Na página on-line é possível encontrar cartilhas, notas técnicas, estudos e pesquisas voltadas à sensibilização de gestores, de profissionais em proteção e defesa civil e da sociedade civil. 

Fonte: Portal CNM
Postado por Raimundo Lima

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