A luta da classe trabalhadora tem, no instrumento legítimo da greve, uma de suas principais armas de reivindicação e, quando se esgotam todas as possibilidades de negociação, a greve é o último recurso para que os patrões e os governos cumpram os direitos reivindicados pelos trabalhadores. Nós, educadores (as), como integrantes desta classe, também temos na negociação e na greve nossos instrumentos de luta, justa e responsável.
Dessa forma, nós que fazemos o Sindicato APEOC (como qualquer outra entidade sindical de luta), reafirmamos: defendemos o princípio legítimo da greve, quando se faz necessário.
A categoria de profissionais da educação do município de Fortaleza encontra-se em greve há mais de 40 dias, buscando um desejo que unifica toda a nossa classe: a luta pela imediata implantação do Piso Salarial para os trabalhadores (as) em educação no país.
O Piso é uma luta histórica de nossa categoria, através da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação/APEOC, que foi aprovada por unanimidade pelo Congresso Nacional, sancionada pelo presidente Lula e julgada constitucional pelo STF, mas que é repudiada pelos governos de plantão. Sejam eles de esquerda ou de direita, numa clara demonstração de completa falta de respeito e de valorização ao profissional da educação.
No período eleitoral, a educação sempre é colocada como prioridade pelos políticos, mas, quando eleitos, o que vimos são os governos criarem todas as formas possíveis de artimanhas para burlar a maior conquista da nossa categoria. É revoltante e vergonhoso presenciar todas essas cenas, principalmente, quando parte de quem sempre defendeu a educação e que, hoje, se esquece disso!
Neste sentido, a direção do Sindicato-APEOC vem, através desta Nota, prestar irrestrita solidariedade aos professores e professoras da rede municipal de ensino da capital, que, ontem, sofreram uma brutal e covarde agressão por parte da Guarda Municipal de Fortaleza, convocada pela presidência da Câmara de Vereadores para reprimir e impedir que a categoria, em greve, fosse exercer democraticamente seu pleito: lutar por seus direitos, exigir que a mensagem do Executivo Municipal, que burla algumas conquistas da lei do Piso, não fosse aprovada.
Para nós do Sindicato-APEOC, não há nenhuma resposta oficial que possa justificar a selvageria promovida na Câmara Municipal, no dia de ontem.
Infelizmente, este ato de intransigência por parte dos poderes Legislativo e Executivo, em âmbito municipal, mancha de sangue a, até então, bela e respeitável, história de alguns companheiros (as) construída ao longo de anos de luta.
O Piso é Lei, e quem não a cumpre se torna um(a) fora da lei!
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