Demonstrando não ter esperanças de que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva seja solto imediatamente, a presidente nacional do PT,
senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou neste domingo, 8, que a situação
judicial do petista chegou a um "momento muito difícil".
Em um ato com
aproximadamente 500 pessoas em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em
São Bernardo do Campo, a dirigente petista disse que, se depender do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF), Lula ficará preso. Gleisi declarou que o
Supremo Tribunal Federal (STF) pode "restabelecer" a justiça para
Lula, mas ponderou que sua esperança está "no povo brasileiro".
"Chegamos em momento
muito difícil para a situação judicial do presidente Lula. Já temos denunciado
essa situação que é ilegal inconstitucional, que é ofensiva aos direitos
humanos do presidente. Agora nós vemos que realmente está uma situação
insustentável", disse Gleisi, em coletiva de imprensa após se reunir por
duas horas com aliados na sede do sindicato.
Antes das falas de Gleisi,
o presidente do tribunal em Porto Alegre, Thompson Flores, endossou decisão
suspendendo um habeas corpus que havia sido dado pelo plantonista da Corte,
desembargador Rogério Favreto, em favor do ex-presidente Lula. Com a decisão de
Thompson Flores, o petista fica na cadeia.
A presidente do PT
classificou a decisão do presidente do TRF-4 como "absurda" e
"vergonhosa". Segundo ela, nenhum desembargador poderia se manifestar
após a decisão do plantonista, pois não havia nenhum recurso questionando a
primeira manifestação pela liberdade de Lula.
Além disso, Gleisi atacou
a Polícia Federal afirmando que o órgão ficou "enrolando" e agindo
"em marola" ao não liberar o petista da cadeia enquanto aguardava uma
decisão administrativa. Ela disse que o ministro da Segurança Pública, Raul
Jungmann, tem "muito o que explicar" sobre a não soltura de Lula. A
PF é subordinada à Pasta comandada por Jungmann no governo federal.
O PT convocou os
militantes para uma manifestação, em São Paulo, amanhã a partir das 11 horas.
"Lula vai ganhar a eleição mesmo que esteja preso", disse Gleisi, no
discurso para os militantes. Ao deixar o local, a presidente do PT foi abordada
por um apoiador que perguntou se Lula será realmente candidato à Presidência.
"Mesmo preso, ele será candidato", declarou a petista. A estratégia
do PT é registrar Lula como candidato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dia
15 de agosto, data limite para inscrição de chapas na eleição.
Críticas
A presidente do PT, em
coletiva à imprensa, rebateu críticas de que o desembargador que ordenou a
soltura de Lula, Rogério Favreto, por ter sido filiado ao PT, não poderia se
manifestar pela liberdade do petista. "Vocês colocam o Moro também nessa situação?",
disse aos jornalistas, afirmando que o juiz da Lava Jato no Paraná, que
condenou Lula na primeira instância, participou de eventos com políticos do
PSDB.
Gleisi afirmou que Favreto teve filiação ao PT, mas que
"nunca mais andou com ninguém do mundo político". No discurso aos
militantes, ela classificou a decisão pelo habeas corpus como
"maravilhosa".
FONTE: Agência Estado
Postado por Raimundo Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário