O vice-prefeito de Granjeiro, Ticiano Tomé (PSDB), resolveu
quebrar o silêncio e denunciar seis dos nove vereadores da
Câmara Municipal. Segundo Ticiano, eles foram comprados
pelo prefeito João Gregório (PSD), para abafar o escândalo
da Operação Bricolagem, que investiga desvio de verba no
Município. Para Ticiano, a verdade é que os vereadores da
situação não são vereadores do povo, mas do prefeito. “Digo
e comprovo: ele [João Gregório] dá uma mesada de R$ 1 mil a
cada vereador, para eles se calarem”, afirmou. E completou:
“Basta ver que, diante de tudo que está acontecendo, os
vereadores sequer colocam em pauta o assunto. E quando há
qualquer debate sobre isso, eles encerram a sessão”, disse. “E
pra quem tem dúvidas, eu comprovo porque já recebi a
mesma ajuda por três meses. Mas desisti de receber. Eu me
perguntei se estava recebendo uma ajuda ou estava me
vendendo”, relatou Ticiano. “O valor do vereador de situação
é R$ 1 mil reais e o povo, desculpe a palavra, que se lasque”,
desabafou.Segundo Ticiano, os únicos fora da lista do
prefeito.
João Gregório são vereadores Bebeto de Manteiguinha,
Cícero Monga e Waltemar, que assumiu recentemente no
lugar de Bebeto Dias. “A própria investigação mostra que
foram movimentados R$ 26 milhões e para algumas mentes
fracas esse dinheiro pode encantar”, ressaltou. Apesar de denúncia, Ticiano disse não ter pretensão de se tornar
prefeito. “Não por uma questão de não amar a cidade e o
povo, mas por tudo que tem acontecido”, disse. Ticiano é filho do ex-prefeito Vicente Tomé. Sobre ter passado para
oposição, o vice-prefeito disse que, ainda no início da
administração, tentou manter diálogo com o prefeito. “Das
poucas vezes que tive esse diálogo, propondo consertar
alguma coisa dentro da cidade, a frase que ele me dizia era
que precisava que ajudasse ele. E que não poderia me ajudar
a ajudar o povo”. De acordo com Ticiano, ele chegou a pedir
para assumir o cargo de prefeito, para mostrar como se
administra um município. Sobre as investigações, Ticiano
disse que inicialmente não acreditou, mas com o andamento,
tudo foi se revelando. “Quando resolvemos apoiar o prefeito,
acreditávamos na boa índole dele, apesar de algumas
pessoas e a relutância de eleitores de votarem nele”, afirmou.
Fonte: Blog do Jocélio Leite
Postado por Raimundo Lima
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