Se previsão se confirmar, haverá descumprimento da meta de inflação, e BC terá de redigir carta explicando porque isso aconteceu. Estimativa foi feita por analistas do mercado no relatório Focus.
Os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a estimativa
de inflação para 2017 e, desta vez, passaram a estimar, pela primeira
vez, um IPCA abaixo de 3% para este ano.
As previsões foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e
divulgadas nesta segunda-feira (25) por meio do relatório de mercado,
também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram
ouvidas.
De acordo com o levantamento do BC, a inflação deste ano deve ficar em
2,97%, na mediana. No relatório anterior, feito com base nas previsões
coletadas pelo Banco Central na semana retrasada, os economistas estimavam que a inflação ficaria em 3,08%. Foi a quinta redução seguida do indicador de inflação.
A nova previsão mantém a inflação abaixo da meta central para o ano,
que é de 4,5%, e, também, abaixo do piso de 3% do sistema brasileiro de
metas – algo que, se for confirmado, ocorrerá pela primeira vez no
regime de metas, que começou em 1999.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e
deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou
reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Pelo sistema brasileiro, a meta central é de 4,5% para este ano e para
2018, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e
para baixo, de modo que a inflação pode ficar entre 3% e 6% sem que
seja formalmente descumprida.
Quando a meta de inflação é descumprida, o presidente do Banco Central,
neste caso Ilan Goldfajn, tem de escrever uma carta pública ao ministro
da Fazenda explicando as razões para a variação fora da previsão.
Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação recuou de
4,12% para 4,08% na última semana. Essa foi a quarta redução consecutiva
da estimativa para o próximo ano. O índice segue abaixo da meta central
(que também é de 4,5%) e do teto de 6% fixado para o período.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro subiu
sua estimativa de crescimento de 0,60% para 0,68% na semana passada.
Para 2018, os economistas das instituições financeiras elevaram a
estimativa de expansão da economia de 2,20% para 2,30%. Foi a terceira
alta seguida no indicador.
As estimativas de crescimento começaram a subir com mais intensidade
após a divulgação do resultado do PIB do segundo trimestre deste ano –
que avançou 0,2% contra os três primeiros meses deste ano.
O mercado financeiro também manteve sua previsão para a taxa básica de
juros da economia, a Selic, em 7% ao ano para o fechamento de 2017.
Atualmente, a taxa está em 8,25% ao ano.
Ou seja, os analistas continuaram estimando uma redução dos juros neste
ano. Se o patamar previsto de 7% ao ano for atingido no fim de 2017,
esse será o menor nível já registrado (até então a menor taxa era de
7,25% ao ano).
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para
a taxa Selic também ficou estável 7% ao ano. Com isso, continuaram
prevendo que os juros ficarão estáveis no ano que vem.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado
financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 caiu de R$ 3,20 para R$
3,16. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a moeda
norte-americana permaneceu em R$ 3,30.
A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial
(resultado do total de exportações menos as importações), em 2017, subiu
de US$ 61,4 bilhões para US$ 62 bilhões de resultado positivo.
Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o
superávit cresceu de US$ 49,7 bilhões para US$ 50 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros
diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a
estimativa dos analistas avançou de US$ 75 bilhões para US$ 77,5
bilhões.
(Fonte: Diário do Nordeste)
Postado por Raimundo Lima
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