Uma organização criminosa especializada em fraudar licitações e no desvio de verbas públicas, que movimentou mais de R$ 380 milhões no Ceará e em outros estados, foi desarticulada na 'Operação Fraternidade', deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), ontem.
A investigação se desenvolveu a partir de um levantamento feito pela CGU, em que foi possível detectar que os principais investigados já tiveram vínculos com dezenas de pessoas jurídicas, das quais 68 teriam recebido verbas públicas de 171 Municípios cearenses, totalizando recursos da ordem de R$ 380.604.801,70, somente entre janeiro de 2002 e março de 2013. As verbas incluem recursos federais de diversas fontes, sem que fosse detectada a interrupção das atividades do grupo desde então.
O nome da operação faz alusão ao principal núcleo da organização criminosa, que é formada por três irmãos. Eles teriam vinculação com diversas empresas que participavam das negociatas. Os detalhes do esquema não foram revelados, porque o caso está em segredo de Justiça.
A reportagem apurou que, dos três irmãos, duas mulheres foram conduzidas coercitivamente até a sede da Polícia Federal, no bairro de Fátima, na Capital, para prestar depoimento. Mais um irmão, um homem, estava em outro Estado e deverá se apresentar espontaneamente às autoridades policiais, na tarde de hoje. Outra dupla de irmãos também estaria sendo investigada na operação.
Mandados
De acordo com a assessoria de comunicação da PF, 52 mandados foram cumpridos durante a ofensiva, sendo nove prisões temporárias, 24 buscas e apreensões e 12 conduções coercitivas, expedidos pela 11ª Vara Federal de Fortaleza, além de sete mandados de intimação emitidos pela autoridade policial. Ao todo, 148 policiais federais e sete servidores da CGU cumpriram as ordens judiciais, nos estados do Ceará e do Piauí.
Segundo a PF, a organização criminosa fazia um rodízio de empresas para vencerem as licitações e receberem vultosos valores do poder público. Parte do dinheiro liberado era desviado através de superfaturamentos e a não execução dos contratos.
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, falsificação de documentos, corrupção, lavagem de dinheiro, além de crimes da Lei de Licitações. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
(Fonte: Diário do Nordeste)
Postado por Raimundo Lima
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