As mulheres, parte da população da Região Nordeste, pessoas com baixa
escolaridade, jovens adultos (de 18 a 24 anos) e pessoas que não são
chefes de família são os grupos sociais que mais desistem de ingressar
no mercado de trabalho ou retornar alguma ocupação para ter renda.
O fenômeno, chamado de desalento pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), é confirmado pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada. O Ipea publica nesta quinta-feira (20) estudo que
avaliou os microdados extraídos da Pesquisa Nacional de Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua), feita pelo IBGE, relativos ao 2º
trimestre de 2018.
No período, 4,833 milhões de pessoas desocupadas deixaram de procurar
trabalho, 203 mil mais do que no trimestre anterior. O Ipea observa que
dessas, 59% moram no Nordeste, 54,3% são mulheres, 50% não concluíram o
ensino fundamental e quase 70% não são chefes de família.
A taxa de desalento considera as pessoas que não procuraram emprego
nos 30 dias antes de responder à Pnad. Apesar de menos afetados pelo
desalento, a proporção de homens nessa condição aumentou em um ano,
entre o 2º trimestre de 2017 (44,1%) e 2º trimestre de 2018 (45,3%).
Entre os dois períodos também cresceu a proporção de pessoas
qualificadas que, apesar do desemprego, desistiram de buscar uma
ocupação. Esse é o caso de quem tem nível superior (aumento da taxa de
desalento de 4,8% para 5,3%) e de quem tem o ensino médio (de 21% para
22,8%).
Além da observação entre os períodos, o Ipea comparou o perfil das
pessoas desalentadas com o perfil da população em idade ativa (PIA).
“Pelo perfil etário, observa-se que, enquanto os jovens entre 18 e 24
anos representam 15% da PIA, eles correspondem a aproximadamente 25% dos
desalentados”, descreve o estudo.
Fonte: Repórter Ceará – Agência Brasil
Postado por Raimundo Lima
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