A Confederação Nacional de Municípios (CNM) convoca
os gestores municipais para mobilização na próxima semana, em Brasília. A ação,
marcada para terça e quarta-feira, dias 9 e 10 de julho, às 9h na sede da
entidade, foi ocasionada pela decisão de deputados excluírem Municípios e
Estados da reforma do sistema previdenciário brasileiro.
Com a expectativa de votação em plenário antes do
recesso, marcado para 17 de julho, a Aprece solicita a participação de
prefeitos e prefeitas, secretários (as), vereadores (as) e demais
representantes da administração municipal para sensibilizar os parlamentares de
seus Estados.
É esperada sessão deliberativa no plenário da
Câmara para votar o texto e o objetivo da mobilização, que se estenderá ao
Congresso Nacional, é garantir uma mudança na redação aprovada na comissão
especial nesta quinta-feira, 4 de julho.
Depois de três dias seguidos de debate no colegiado
e mais de sete horas ininterruptas para votação da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 6/2019, os deputados contrariaram os apelos de gestores
municipais e estaduais de todo o país e aprovaram relatório deixando de fora os
2.108 Municípios e 27 Estados que possuem Regimes Próprios de Previdência
Social (RPPS). Sendo assim, se quiserem alterar as regras dos seus sistemas
previdenciários, governadores, prefeitos, deputados estaduais e vereadores
deverão aprovar legislação em âmbito local.
Mudanças prejudiciais
Além disso, fica proibida a criação de novos RPPS
por esses entes, assim como a possibilidade de estabelecimento, por lei, de
contribuições extraordinárias para segurar déficits nos regimes próprios
existentes. Os deputados acordaram que todas as menções a Estados e Municípios
fossem retiradas da proposta, medida que a CNM repudia por não respeitar a
unidade federativa do país.
Com 49 titulares, a comissão precisava de maioria
simples – ou seja, pelo menos 25 votos – para aprovar o texto básico do
relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Por volta das 14h30, eles
concluíram com 36 deputados a favor e 13 contra. Em seguida, os membros do
colegiado analisaram os destaques, retirando o que o líder do MDB, deputado
Baleia Rossi (SP), havia apresentado para possibilitar a migração de regimes.
Articulação
Nas últimas semanas, o presidente da CNM, Glademir
Aroldi, e lideranças do movimento municipalista participaram de uma série de
reuniões com parlamentares, incluindo os presidentes da Câmara e do Senado,
Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), ministros e secretários de
governo. O objetivo era alertar sobre o impacto negativo da retirada dos Entes
subnacionais da proposta e da proibição de criação de novos Regimes Próprios.
Além de ferir autonomia municipal para adotar um
sistema previdenciário adaptado a sua realidade, os trechos que proíbem a
migração para RPPS e contribuições extraordinárias devem aprofundar ainda mais
o déficit fiscal dos Municípios. Como Aroldi vem alertando, consequentemente,
ficam comprometidos não só o pagamento das futuras aposentadorias, como também
da folha de servidores atuais e a oferta de serviços básicos, como saúde e
educação.
Se aplicadas as regras da PEC aos 2.108 RPPS
municipais, estima-se uma redução de despesa de R$ 41 bilhões em quatro anos e
R$ 170 bilhões em 10 anos. O valor pode ser ainda maior nas localidades em que
a previdência é totalmente capitalizada. Neste caso, o déficit atuarial poderá
cair em média 41%. Portanto, além da economia direta com as normas, quando
promulgadas, os Municípios que depois criarem seus regimes podem reduzir suas
taxas de contribuição em até 55%.
PAUTA
1% de FPM em setembro.
Receitas do petróleo:
- Bônus de assinatura;
- Excedente em óleo;
- Fundo Social;
- Royalties e PE (união e partilha).
Reforma da Previdência:
- Inclusão dos municípios;
- Exclusão da vedação de novos RPPS;
- Possibilidade de alíquota extraordinária para os municípios;
- Permissão para os RPPS realizarem empréstimos consignados;
- Manutenção das regras atuais do BPC e aposentadoria rural;
- Rompimento do vínculo com servidor aposentado.
Fonte:
Agência CNM de Notícias.
Postado
por Raimundo Lima
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