Cada vez mais desacreditados pela opinião pública, políticos buscam se
apegar ao fato de serem "ficha limpa" para tentar convencer o eleitor,
durante o pleito do próximo ano, de seu histórico de hombridade. É o que
dizem deputados estaduais entrevistados pelo Diário do Nordeste, que
projetam este como um dos principais argumentos de campanha nas eleições
de 2018, principalmente pelo desgaste da classe política agravado por
denúncias de corrupção.
Segundo parlamentares, é importante que a população conheça o histórico
de cada um dos candidatos e o comportamento daqueles que já têm mandato
eletivo. O deputado Julinho (PDT) é um dos que devem usar o discurso da
probidade na campanha. "Não podemos perder a oportunidade e precisamos
frisar que a população deve escolher políticos novos que possam fazer a
limpeza na política".
De acordo com ele, devido ao grande número de políticos citados e
investigados em irregularidades em todo o Brasil, aqueles que forem
"ficha limpa" e que não tenham qualquer questionamento na Justiça terão
uma maior simpatia do eleitorado. "A população tem que ter o olhar mais
atento, procurar saber o que os políticos fizeram e depois apostar seu
voto. Cada cidadão é responsável por isso".
Aproximação
Para Heitor Férrer (PSB), é preciso que a população tenha paciência
para ouvir os políticos, o que pode ser um diferencial ao voto. Segundo
ele, sua preocupação é que o cidadão nem permita que o candidato diga
que é ficha limpa, negando a aproximação. "Quando a classe política se
degenera, termina contaminando toda a periferia da classe política. Por
isso, tenho procurado andar, entregar meu currículo, mostrar o que eu
sou e o que eu fiz para que as pessoas possam sentir que há pessoas boas
e más em todas as áreas", justificou.
Osmar Baquit (PSD) lamentou que a opinião pública já nivelou todo homem
público "por baixo" e, por mais que alguém tenha postura e seja
correto, o nome "político" já é negativo no dia a dia das pessoas. "Mas
se você tem uma ficha limpa, dificilmente será prejudicado. Os que são
honestos e têm parcela de compromisso com a sociedade se darão melhor
nas eleições", disse. No entanto, para ele, boa parte da população não
deve se atentar para este fato.
Com 20 anos de vida pública, o deputado Tomaz Holanda (PPS) acredita
que o uso da imagem de homem ilibado dará o tom do pleito do próximo
ano, inclusive entre os candidatos à reeleição. "Faço política por
devoção, mas no Brasil tem gente que faz por profissão e esses o povo
vai tirar da vida pública".
Apelo social
Bruno Gonçalves (PEN), por outro lado, acredita que isso deve funcionar
apenas na teoria, visto que o apelo social tende a continuar tendo
força em 2018. Segundo, ele a maioria da população vota naqueles que
apresentarem metas de campanha com mais condições para políticas sociais
para minorar as mazelas do dia a dia. "Um Bolsa Família, que não é nada
para a gente, para muitas famílias é um socorro. Com certeza o
histórico do político ajuda, principalmente, no campo majoritário",
ponderou.
(FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE)
POSTADO POR RAIMUNDO LIMA
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