Procuradora-geral
da República enviou documento aos gabinetes dos 11 ministros. Supremo
Tribunal Federal já tomou decisões diferentes sobre o assunto.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou parecer nesta
quinta-feira (16) ao Supremo Tribunal Federal em defesa da possibilidade
da decretação de prisão após a condenação judicial em segunda
instância.
O documento foi enviado aos gabinetes dos 11 ministros do tribunal, que
deverá voltar a discutir a questão em duas ações, apresentadas pela
Ordem de Advogados do Brasil (OAB) e pelo Partido Ecológico Nacional
(PEN). Ainda não há, porém, previsão de julgamento desses processos.
A possibilidade de condenados começarem a cumprir penas após a
condenação em segunda instância (por um Tribunal de Justiça estadual ou
Tribunal Regional Federal) foi fixada pelo STF em fevereiro do ano
passado e confirmada pela própria Corte em outras duas ocasiões, em novembro e outubro do ano passado.
Mas, em várias decisões individuais, alguns ministros contrários a esse
entendimento já soltaram condenados nessa situação, permitindo que
recorressem em liberdade a outros tribunais superiores (STJ e STF).
Várias manifestações já chegaram ao STF sobre o assunto. Só faltava
porém, o parecer de Raquel Dodge para o julgamento ser marcado.
No início deste mês, durante evento com procuradores em Pernambuco, ela defendeu a manutenção desse entendimento.
“Nossa agenda mais recente deve incluir a luta pelo fim da impunidade.
Para isto, é necessário defender no Supremo Tribunal Federal o início da
execução da pena quando esgotado o duplo grau de jurisdição”, disse a
procuradora-geral.
Ainda antes de tomar posse na PGR, Dodge manifestou a mesma posição durante sabatina a que foi submetida no Senado, em julho.
“Eu mesmo já a requeri em algumas oportunidades quando o tribunal
confirma a sentença condenatória. E ela tem produzido alguns efeitos que
tem sido considerado, que debilitam a grande impunidade que ainda
acontece no país”, disse na ocasião.
A possibilidade de prisão após a condenação em segunda instância já era
defendida pela Procuradoria Geral da República (PGR) no mandato de
Rodrigo Janot, antecessor de Dodge no comando do órgão.
Antes de fevereiro do ano passado, quando o STF fixou essa tese, só se
admitia a prisão após esgotados todos os recursos possíveis nas quatro
instâncias existentes.
(Fonte: Diário do Nordeste)
Postado por Raimundo Lima
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