Sempre foi comum que a
ovinocultura no Brasil fosse uma atividade secundária nas propriedades rurais.
No entanto, essa realidade está mudando e a ovinocultura vem ganhando destaque
no agronegócio, devido aos altos preços do kg da carne de cordeiro, surgimento
de técnicos especializados na área e novas pesquisas que contribuem para maior
produtividade e rentabilidade da atividade.
Atualmente, rebanho ovino
brasileiro está estimado em 16,8 milhões de cabeças, sendo 23,5% do efetivo
nacional localizado na região Sul e, em 2ºlugar, no Nordeste com 18%
(IBGE,2009). O Sudeste e Centro-Oeste, por sua vez, vêm se destacando pela alta
produção e padronização de carcaça. Ainda assim, a ovinocultura nacional não
consegue suprir a demanda e exigência do mercado interno. O consumo de carne
ovina no Brasil (700g/hab./ano) é bem pequeno, comparado a outros países. Mesmo
assim, mais de 60% da carne consumida aqui é importada do Uruguai, Chile e
Argentina.
Este panorama atual está
relacionado à falta de planejamento das propriedades. É grande o número de
produtores com rebanhos pequenos, produzindo cordeiros com grande diversidade
de idade ao abate e sem padronização de carcaça. O pequeno produtor, por estar
sozinho, tende a verticalizar sua produção, ou seja, quer criar, recriar,
terminar, abater e vender os cortes cárneos. Como não têm produção suficiente
para terceirizar o abate em frigoríficos legalizados, recorrem aos abatedouros
clandestinos.
No entanto, novas oportunidades
surgem para o produtor de ovinos de corte. A abertura de novos frigoríficos nos
grandes centros de produção, como SP, MS, RS, BA, associada à implantação de
cooperativas, ou núcleos de produção bem geridos, nas diversas regiões do país,
são formas de viabilizar a produção e comercialização, contribuindo para o
desenvolvimento da cadeia produtiva. Alguns reflexos de iniciativas como estas
já podem ser vistos, refletidos no aumento dos abates em frigoríficos
legalizados.
Planejamento
Se há a pretensão de ser
eficiente e ter lucro nesta atividade, é necessário planejamento e
acompanhamento do projeto por um técnico especializado. O rápido ciclo de
produção de ovinos e suas peculiaridades não permite erros.
Alguns pontos devem ser levados
em consideração quando se pretende iniciar um projeto, tais como:
Ø Objetivo do produtor
Ø Produção de insumos da
região
Ø Escoamento do produto
final
Ø Área geográfica da
propriedade
Ø Mão-de-obra disponível
Quantos animais irão compor o
rebanho? A área disponível, sua capacidade suporte, a área a ser destinada à
plantação de volumoso para suplementação na época da seca e a capacidade de
investimento do produtor determinarão em quantos animais o rebanho se estabilizará.
Não ter este planejamento, comumente resulta em falta de comida para os
animais, principalmente na época da seca.
O manejo reprodutivo é outro
ponto abordado no estudo de um sistema de produção. Define-se a implantação de
técnicas e manejos de acordo com a demanda de cordeiros para abate. Por
exemplo: pode-se definir ou não pelo uso de estação de monta, que permite a
parição concentrada e em épocas definidas,tendo um número maior de cordeiros em
épocas de maior demanda e melhores preços, promovendo a concentração do uso de
mão de obra em determinadas épocas do ano, disponibilizando meses para reparos
na fazenda.Maiores informações sobre
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Postado por Raimundo Lima
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