terça-feira, 17 de maio de 2011

A APEOC e a Saúde dos Professores

A profissão de professor é hoje chamada de profissão perigo. Hoje é perigoso ser professor é preciso aprender  a driblar diariamente o medo promovido pela violência nas escolas das cidades brasileiras. 
 
Pesa sobre os ombros dos professores as dores físicas provocadas por esforços repetitivos, ora os calos nas cordas vocais que os torna afônicos. Esses e outros males são os problemas de saúde que vitimam os professores do Brasil. Os riscos, aliás,não são poucos,ainda que mal retratados como doenças causadas pelo exercício do magistério.

Muitos professores  tentam, com  as possibilidades que têm ao seu alcance, driblar os problemas de saúde da ocupação. Sabemos que a atividade de professor é inerentemente cheia de riscos
Não podemos negar os diversos vetores  presentes  no cotidiano escolar que levam ao adoecimento do professor, dentro os quais se encontram as políticas educacionais e o modo de organização do trabalho docente.

Excesso de trabalho, indisciplina em sala de aula, violência dentro e em torno das escolas, salário baixo, falta de recursos técnico-pedagógico, falta de infraestrutura nas escolas, pressão da direção das escolas, demanda de pais de alunos, bombardeio de informações, desgaste físico e emocional, falta de reconhecimento profissional, prédios escolares improvisados, condições insalubres para o exercício da profissão, excesso de alunos em sala de aula. Por tudo isso o local de trabalho do professor é considerado um local de risco, a ponto de ele não mais querer estar lá.
Ser professor é estar numa roda-viva onde o professor busca a todo o momento e em condições adversas de trabalho a aprendizagem do aluno. Por essa condição adversa de trabalho ele pode ser impedido de dar aula, de continuar em sala de aula. Em muitos casos, o corpo pede simplesmente para parar.

Porém por medo de perder o seu emprego e pelo vínculo afetivo com seus alunos, ele só se afasta quando está doente, quando é extremamente impossível permanecer em sala de aula. E quando ele se licencia a escola deve providenciar imediatamente um substituto.

Os principais motivos para afastamentos de professores das salas de aula são os problemas psicológicos que desponta de maneira preocupante. A violência dentro e em torno das escolas cria um estresse profissional constante e generalizado. É um caso de difícil tratamento porque não está ligado estritamente às condições de trabalho, mas ao trafico de drogas e a falta de segurança nas escolas e em seu entorno. Sob pressão quase 50% dos professores brasileiros apresentam sintomas de estresse ou depressão. Os mais jovens são os que têm mais dificuldades para lidar com os problemas da profissão, muitos optam por abandonar o ofício.

As mudanças sociais no Brasil nas últimas décadas alteraram a cultura e os interesses do alunato, aumentou a violência nos centros urbanos e diversificaram e intensificaram o acesso à informação. Essas transformações entraram na escola e tornaram-se fatores motivadores de estresse entre professores.

Partindo da hipótese de que as condições de trabalho- excesso de tarefas e ruídos, pressão por requalificação profissional, falta de apoio institucional e de docentes em número suficientes, entre outros geraram um grande esforço na realização de suas tarefas. Estudos concluíram que os professores estão mais sujeitos a terem transtornos psíquicos de intensidade variada do que outros profissionais.

Muitos desses elementos de pressão são frutos de uma reconfiguração do mundo do trabalho, que não foi realizada a contento no que diz respeito a suprir as necessidades do professor. Falta tempo, dinheiro e disposição a ele para se dedicar a outras atividades capazes de amenizar essa carga e o seu sofrimento.

Segundo Sandra Gasparine,pesquisadora da Faculdade de Educação da USP, “o sistema escolar transfere ao profissional da educação a responsabilidade por cobrir as lacunas existentes na instituição a qual estabelece mecanismos rígidos e redundantes de avaliação profissional”.
Nós dirigentes sindicais não podemos se concentrar apenas nas campanhas salariais porque existem outros temas de grande relevância para a categoria.

Sabemos também que pouco adianta falar na saúde do professor se persistir a causa maior do problema, que são as condições de trabalho.As conseqüências da rotina de trabalho desgastantes dos professores, geralmente só são percebidas após dez anos de exercício profissional.
Verificamos também que existem outros problemas que interferem na qualidade de vida e na saúde dos educadores, como os baixos salários que empurram os profissionais da educação a até três jornadas de trabalho.

A falta de estrutura acústica nas salas de aula e o continuado uso do giz são elementos complicadores para a voz e para os problemas alérgicos, que são as principais queixas dos professores.É alarmante o número de afastamentos por problemas nas cordas vocais. Os professores é a categoria que mais sofre das chamadas laringopatias.

Médicos reunidos no 3º Consenso Nacional da Voz Profissional, realizado no Rio de Janeiro,em agosto de 2010,argumentaram que o Brasil perde cerca de R$ 150 milhões anualmente com afastamentos e readaptações de professores com problemas no aparelho fonador, os quais têm de ser substituídos.

Eles defenderam que pelo menos parte desta quantia fosse gasta com programas que levem à melhoria das condições de trabalho dos educadores.

Para o médico Arlindo Gomes, diretor cientifico da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT),uma das entidades promotoras do Consenso de Voz,”o professor se vê tão vocacionado para a função que acaba atuando como um sacerdote,sem se atentar muito para onde ou como trabalha.”

Sabe-se que a persistência de turmas com mais de 50 alunos em sala de aula é a causa direta dos sintomas de síndromes disfônicas entre professores. Os sintomas dessa síndrome são: dor ou irritação na garganta, sensação de corpo estranho na garganta, vontade de pigarrear e alteração da voz.

Destacamos a seguir algumas doenças que afetam os professores. São chamadas de doenças da educação porque são as que mais afetam a saúde dos professores no exercício profissional. São elas:
Alergias, professores alérgicos a giz têm irritação nos olhos e pele, além de desencadeamento de problemas nas vias respiratórias de quem tem asma;
Doenças nas cordas vocais que vão da simples rouquidão aos pólipos e nódulos nas cordas vocais, causada pelo uso contínuo da voz e a falta de técnica no uso da voz;
Estresse causando vários problemas como: perda de memória, piora do sistema imunológico e do sono e a perda do nível de energia;
Síndrome de Bornout-sintomas:depressão,distúrbios afetivos,insônia crônica e incapacidade produtiva.Esses são os sintomas que compõem o quadro desta síndrome que muitos profissionais identificam como decorrentes da impotência do professor ante os problemas da educação;
Síndrome do Impacto-caracterizada por uma inflamação nos tendões do manguito rotador, que é um conjunto de 4 músculos entre a escápula e o pescoço. É causada, no caso dos docentes, pelo movimento repetitivo da escrita na lousa, em que o braço se movimenta por muito tempo acima do ombro;
Dores cervicais e lombares que é causada por questões posturais, atingem ombros, costas, pescoço e cintura. Normalmente, decorrem porque o professor fica muito tempo em pé.
Foi pensando e preocupado com a saúde dos professores que o Sindicato Apeoc passou a oferecer aos seus associados alguns serviços e parcerias buscando melhorar a saúde e a qualidade de vida dos professores. Destaco a seguir esses serviços e parcerias prestados gratuitamente aos nossos associados:
  • Dr. Anjo de Castro – terapeuta holístico –CRT 40770-acompanhamento terapêutico em: depressão, ansiedade, traumas, insônia, distúrbios alimentares, tratamento anti-estress e aconselhamento individual.
  • Convênio com a ABS – tratamento odontológico.
  • Serviço de Fonoaudiologia.
  • Pilates – método de condicionamento físico que ao mesmo tempo trabalha corpo e mente.
  • -Massoterapia- massagem para comunicação alívio da dor ou desconforto, cura, proteção ou melhora da saúde em geral.

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