Três emendas restantes ao parecer do relator Vicente Cândido (PT-SP) ainda ficaram para ser votadas em Comissão
Brasília. Sem a presença suficiente de integrantes da
base governista, a Comissão Especial da Câmara que analisa a Reforma
Política não conseguiu concluir, ontem, a aprovação das medidas que
alteram a Constituição Federal. Com isso, ficou para a semana que vem a
votação de três emendas restantes ao relatório do deputado federal
Vicente Cândido (PT-SP).
Após a fase de comissão, a reforma tem que passar ainda pelos plenários
da Câmara e do Senado, em dois turnos de votação em cada Casa, onde
precisa do apoio de pelo menos 60% dos parlamentares (308 dos 513
deputados e 49 dos 81 senadores).
Nas votações realizadas ontem e anteontem, a Comissão chancelou três
propostas principais: a criação de mais um fundo público para financiar
todas as campanhas, de R$ 3,6 bilhões, a instituição do chamado
“distritão” para a eleição de deputados e vereadores, e o
estabelecimento de mandato de dez anos para ministros de tribunais
superiores (hoje eles podem ficar até os 75 anos de idade).
As emendas restantes tratam de pontos laterais da reforma.
Fundo público
Dos três principais pontos aprovados pela Comissão, o com mais chance
de aprovação final é do fundo público, já que o Supremo Tribunal Federal
proibiu em 2015 que empresas continuassem a financiar os candidatos.
O “distritão” tem apoio da cúpula do Congresso e dos principais
partidos governistas, mas enfrenta resistência da oposição e de algumas
bancadas.
Pelo modelo, são eleitos os deputados e vereadores mais votados, o que
torna inútil um grande contingente de votos –aqueles direcionados aos
não eleitos e em excesso aos eleitos.
A tendência também é de menos candidaturas, concentradas pelos partidos
nos atuais detentores de mandatos, o que dificultará a renovação.
No atual, chamado “proporcional”, leva-se em conta o total de votos
dados ao partido e seus candidatos, mesmo aqueles direcionados aos não
eleitos, o que facilita a eleição de deputados de pequenas legendas e
representantes de minorias. Já o mandato para ministros de tribunais
superiores não tem a ver com Reforma Política, mas entrou na proposta,
segundo o relator, porque no início ele almejava fazer uma reforma de
Estado também. Há dúvidas se a medida irá sobreviver até a votação
final.
Além dessa Comissão, outras duas da Câmara dos Deputados também debatem
pontos da reforma política, entre eles regras para evitar a
proliferação de pequenas legendas.
Fim das coligações
Relatora de uma das Propostas de Emenda à Constituição da reforma
política na Câmara, a deputada Shéridan (PSDB-RR) propôs o fim das
coligações proporcionais nas eleições de 2020 e a aplicação gradual de
uma cláusula de desempenho.
A deputada afirmou em seu relatório, que foi lido, ontem, em comissão
especial, que “o mecanismo das coligações tem sido utilizado
predominantemente como estratégia partidária para superar as votações
exigidas pelos quocientes eleitorais e, dessa maneira, ampliar as
chances eleitorais de curto prazo”.
Após a leitura dos relatórios, houve pedido de vista coletivo, deixando a discussão e votação para a próxima semana.
(FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE.)
POSTADO POR RAIMUNDO LIMA
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