Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem, 14,
a favor da competência da Justiça Eleitoral para investigar casos de
corrupção quando envolverem simultaneamente caixa 2 de campanha e outros
crimes comuns, como lavagem de dinheiro, que são investigados na
Operação Lava Jato.
Com o fim do julgamento, os processos contra políticos investigados
na Lava Jato e outras apurações que envolvam simultaneamente esses tipos
de crimes deverão ser enviados da Justiça Federal, onde tramitam
atualmente, para a Justiça Eleitoral, que tem estrutura menor para
supervisionar a investigação, que pode terminar em condenações mais
leves.
Durante dois dias de julgamento, votaram para manter as investigações
na esfera federal os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Rosa
Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Votaram pela competência da Justiça
Eleitoral os ministros Marco Aurélio, Alexandre de Moraes, Ricardo
Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e o presidente, Dias Toffoli.
De acordo com a maioria, nos casos envolvendo crimes comuns conexos
aos eleitorais, prevalece a competência da Justiça Eleitoral. Segundo os
ministros, a Corte somente reafirmou entendimento que prevalece há
décadas na sua jurisprudência.
Procuradores da Lava Jato
De acordo com procuradores da força-tarefa do Ministério Púbico Federal
(MPF) que participam das investigações da Lava Jato, o resultado terá
efeito nas investigações e nos processos que estão em andamento nos
desdobramentos da operação, que ocorrem em São Paulo e no Rio de
Janeiro, além do Paraná. Cerca de 160 condenações poderão ser anuladas a
partir de agora, segundo os investigadores. Para a Lava Jato, o
resultado negativo poderá “acabar com as investigações”.
O julgamento também foi marcado pela reação dos ministros contra críticas dos procuradores aos integrantes do STF.
Em duas decisões, o presidente da Corte, Dias Toffoli, enviou uma
representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e na
corregedoria do Ministério Público Federal (MPF) contra o procurador da
força-tarefa Diogo Castor. Na tarde de hoje, Toffoli abriu um inquérito
para apurar notícias falsas (fake news) que tenham a Corte como alvo.
O ministro Gilmar Mendes também criticou os procuradores. “Quem
encoraja esse tipo de coisa? Quem é capaz de encorajar esse tipo de
gente, gentalha, despreparada, não tem condições de integrar um órgão
como o Ministério Público”, afirmou.
Caso
A questão foi decidida com base no inquérito que investiga o ex-prefeito
do Rio de Janeiro Eduardo Paes e o deputado federal Pedro Paulo
Carvalho Teixeira (DEM-RJ) pelo suposto recebimento de R$ 18 milhões da
empreiteira Odebrecht para as campanhas eleitorais.
Segundo as investigações, Paes teria recebido R$ 15 milhões em
doações ilegais no pleito de 2012. Em 2010, Pedro Paulo teria recebido
R$ 3 milhões para campanha e mais R$ 300 mil na campanha à reeleição, em
2014.
Os ministros julgam recurso protocolado pela defesa dos acusados
contra decisão individual do ministro Marco Aurélio, que enviou as
investigações para a Justiça do Rio. Os advogados sustentam que o caso
deve permanecer na Corte, mesmo após a decisão que limitou o foro
privilegiado para as infrações penais que ocorreram em razão da função e
cometidas durante o mandato.
Fonte: Repórter Ceará – Agência Brasil
Postado por Raimundo Lima
Seu raimundo vc postou um cartao de anuncio de loteamento em beberibe queria saber a localizacao
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