O ex-presidente da República Michel Temer virou réu em processo por
corrupção envolvendo a JBS, empresa integrante do Grupo J&F. O
processo é conhecido como o “caso da mala”, envolvendo o ex-deputado
federal Rodrigo Rocha Loures, assessor de Temer à época. A decisão é do
juiz Rodrigo Parente Paiva, da 15ª Vara da Justiça Federal, em Brasília,
e atendeu um pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal, Loures teria
recebido uma mala com R$ 500 mil em dinheiro como intermediário do
ex-presidente Michel Temer para beneficiar a JBS em medidas no âmbito do
Executivo Federal.
“Rodrigo Loures representou os interesses de Michel Temer em todas as
ocasiões em que esteve com representantes do Grupo J&F. Por meio
dele, Michel Temer operacionalizou o recebimento de vantagens indevidas
em troca de favores pelo uso da estrutura e órgãos do Estado”, argumenta
o MPF.
Um vídeo registrou o momento da entrega do dinheiro em um restaurante
em São Paulo, no qual Loures sai apressado do local segurando a valise e
entrando em um carro. Além dos valores recebidos no restaurante, o
esquema envolveria outros pagamentos de valor semelhante ou superior.
Loures chegou a ser preso, depois ganhou o direito a prisão
domiciliar. Em novembro do ano passado, a Justiça determinou a retirada
da tornozeleira eletrônica.
Defesa
Temer será citado e deverá apresentar defesa em um prazo de dez dias. Em
nota, o advogado de Temer, Eduardo Carnelós, diz que a denúncia é
“desprovida de qualquer fundamento” e acusa o então Procurador-Geral da
República, Rodrigo Janot, de capitanear uma “sórdida operação” para
tirar Temer da Presidência da República.
“A denúncia que imputa a prática de crime ao presidente Temer pelos
fatos relacionados ao recebimento de mala contendo dinheiro pelo
ex-deputado Rodrigo Rocha Loures é a primeira acusação formulada pelo
ex-Procurador-Geral da República, depois da deflagração, em maio de
2017, da sórdida operação com a qual se pretendeu depor o então
presidente da República. Como tudo que nasceu daquela operação ilegal e
imoral, essa imputação também é desprovida de qualquer fundamento,
constituindo aventura acusatória que haverá de ter vida curta, pois,
repita-se, não tem amparo em prova lícita nem na lógica”, diz o
advogado.
Fonte: Repórter Ceará – Agência Brasil
Postado por Raimundo Lima
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