quinta-feira, 13 de abril de 2017

Sec. do Desenvolvimento Social quer mobilizar eusebienses para participar do Projeto Família Acolhedora




“Enquanto a maioria dos municípios está contingenciando investimentos, devido a crise econômica do País, o Eusébio vai à contramão e lança ou projeto arrojado, que vai garantir o resgate de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social”, com essas palavras a secretária Municipal de Desenvolvimento Social do Eusébio, Michele Queiroz, abriu, na manhã desta quarta-feira (12), o Seminário para a Família Acolhedora, que tem como objetivo apresentar a técnicos e sociedade eusebiense esse serviço que organiza o acolhimento em residências de famílias acolhedoras, de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar, por meio de medida protetiva.
A secretária destacou o seminário como marco para a divulgação do Serviço no município. “O serviço Família Acolhedora foi lançado por edital que fixava um prazo de 90 dias para que as famílias interessadas se cadastrassem e com a proximidade do término do prazo, a pedido do próprio prefeito do Eusébio Acilon Gonçalves, e em reunião com o Conselho Municipal de Assistência Social, foi prorrogado o prazo para o final de junho. Dessa forma teremos um prazo maior para fazermos uma divulgação mais ampla,” pontuou Michele.
Ela destacou que com o objetivo de capacitar os técnicos locais, a secretaria trouxe a assistente social Neusa Cerutti, responsável pelo serviço Família Acolhedora da cidade paranaense de Cascavel. “Entendemos que o processo deve começar por nossa equipe técnica, que deve se dedicar e mobilizar a sociedade. Nosso intuito é que todos abracem esse projeto, tanto nossos técnicos, como a sociedade civil, os poderes constituídos, a Justiça, o Ministério Público, o Conselho Tutelar. Pois somente com a união de todos é que teremos sucesso nessa missão”, observou.
Michele Queiroz esclarece que a partir desse Seminário, a SDS vai iniciar várias ações para que o serviço possa ser conhecido pelos cidadãos eusebienses. “Vale ressaltar que a família que acolher uma criança ou adolescente, de forma provisória, deve seguir alguns critérios, como não ter a intenção de adotar. Para auxiliar nessa missão de ser família para o acolhido, fará jus a um salário mínimo. No Ceará nenhum município implantou esse serviço, nem mesmo a Capital. Portanto, novamente o Eusébio está na vanguarda na área social”, argumentou.
Em seguida, a assistente social Neusa Cerutti iniciou suas palestra sobre a experiência de Cascavel (PR) que há 12 anos implantou o serviço. Ela afirmou que os envolvidos atuam 24 horas para que todas as demandas sejam atendidas. Num breve histórico do serviço de assistência social no País, ela demonstrou que somente após a criação do Serviço Único de Assistência Social (SUAS), foi que se começou a falar de acolhimento e de políticas públicas voltadas para o segmento. “Foi preciso uma quebra de paradigma, pois o país desde o descobrimento só tratava do acolhimento institucional, que é materializado pelos abrigos, mas queríamos algo maior, com a participação da sociedade”.
Falou ainda da roda dos expostos ou roda dos enjeitados, que consistia num mecanismo utilizado para abandonar (expor ou enjeitar) recém-nascidos que ficavam ao cuidado de instituições de caridade. Em 100% dos casos, as rodas eram instaladas em Santas Casas de Misericórdia que ficavam com a guarda destes. “Por bem ou mal essa foi a primeira política voltada para as crianças no Brasil”, constatou. Citou, ainda, o Código de Menores, de 1927, sua reformulação em 1969 e a Constituição de 1988, que segundo ela institucionalizou as políticas públicas voltadas para as crianças e adolescentes.
O serviço Família Acolhedora de Cascavel (PR) é referência para o Brasil. Em 2016 mais de 220 crianças e adolescentes foram beneficiados pelo programa, abrigadas em 150 lares acolhedores. Outras 50 famílias encontravam-se em cadastro reserva. Numa estimativa anual a prefeitura investe cerca de R$ 3,3 milhões na manutenção do programa, por meio do Fundo da Criança e do Adolescente. Somente com bolsas para as famílias, são R$ 200 mil ao mês, além de folha de pagamento da equipe, manutenção do imóvel que abriga a sede do programa, combustíveis, gêneros alimentícios, entre outras despesas. Num comparativo, caso fossem mantidos pelo menos 20 abrigos no Município, suficientes para o número de crianças em situação de vulnerabilidade, seriam necessários pelo menos R$ 14 milhões ao ano.
O prefeito Acilon Gonçalves disse que apesar do investimento alto, o projeto com certeza trará um retorno gratificante. “Vamos dar oportunidade a crianças e de adolescentes viverem num ambiente familiar, que os orienta e encaminha. Com isso, estaremos cuidado de forma carinhosa desse segmento, que no Eusébio tem toda nossa prioridade. O objetivo comum é formar uma nova sociedade com homens e mulheres de bem e cumpridores dos seus deveres como cidadãos”, destaca o gestor municipal.


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