O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
e o presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (SD-SP),
tiveram nos últimos dias suas histórias como líderes
trabalhistas questionadas após a revelação das delações da Odebrecht.
Os dois foram citados por executivos da empreiteira por terem
apoiado interesses da construtora durante greves de trabalhadores.
Lula se projetou ao cenário nacional no final dos
anos 70, quando comandou greves em fábricas no ABC paulista, ainda durante a
ditadura militar. Segundo trecho da colaboração premiada do empresário Emílio Odebrecht, destacado pelo jornal O
Globo nesta sexta-feira, Lula tinha uma relação de mais de 30 anos de
proximidade com ele e com a empreiteira. Os dois se conheceram quando a
Odebrecht enfrentava uma greve geral no Polo Petroquímico de Camaçari, na
Bahia, e o petista ajudou o empresário a ter “uma relação diferenciada
com os sindicatos.”
Emílio Odebrecht afirmou aos
procuradores que sempre “apoiou” o ex-presidente, seja com conselhos,
seja com dinheiro. O patriarca da empresa declarou, também, que tinha
acesso livre ao gabinete presidencial, durante os oito anos de Lula na
Presidência da República, para resolver quaisquer problemas da empresa,
geralmente sendo atendido.
“Tutoria”
Presidente do partido Solidariedade e da
central Força Sindical, o deputado Paulinho da Força foi citado na
colaboração de outro executivo, Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht
Ambiental. Paulinho teria recebido um milhão de reais em propina em 2014, pagos
em duas parcelas, para ajudar a financiar a sua campanha à Câmara dos Deputados
em 2014, de acordo com o delator.
Segundo Reis, o pagamento teria sido feito para que
Paulinho fizesse uma “tutoria” para que a construtora lidasse com os movimentos
sindicais. Essa necessidade foi identificada pela empresa depois de uma
greve na Embraport, em Santos (SP), e de uma invasão à sede do grupo Odebrecht,
no ano anterior.
“A gente sentiu, então, a necessidade, como
organização, não como Odebrecht Ambiental, de ter uma aproximação maior de
algumas dessas pessoas, que até nos orientasse, nos indicasse o que fazer,
abrisse esses canais de comunicação com essas pessoas dos sindicatos”,
justificou o executivo.
Fonte. Deleção premiada ao STF
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