Agora, todos estão com pressa de fazer pelo menos o
mínimo necessário de uma Reforma Política
Primeiro
suplente de senador, empresário Chiquinho Feitosa assume a presidência do DEM
ao lado do vice-prefeito Moroni ( FOTO: HELENE SANTOS )
O noticiário político, infelizmente, dominado pelas
denúncias de corrupção contra personalidades detentoras de mandatos e outras
tantas com influência nos partidos e em grandes empresas nacionais, não tem
registrado as últimas movimentações, no Ceará, relacionadas às eleições do
próximo ano, apesar do ambiente nebuloso quanto às mudanças possíveis de serem
aprovadas pelo Congresso Nacional, até os primeiros dias de outubro, capazes de
influenciar nas formações das chapas, tanto para a disputa dos cargos
majoritários, de governador e senador, quanto dos legislativos, além das
consequências impositivas das coligações nacionais para o pleito presidencial.
As principais lideranças partidárias na Câmara dos
Deputados já estão convencidas da necessidade de acertarem alguns pontos, menos
polêmicos, para permitir a votação das alterações na legislação eleitoral, a
fim de evitarem a interferência da Justiça Eleitoral, que, no primeiro momento,
é quem tem a incumbência de suprir a omissão legislativa.
A Comissão Especial que trata da Reforma tem uma
reunião convocada para a próxima quarta-feira, tendo como primeiro item da
pauta a criação do Fundo Especial de Financiamento da Democracia, dinheiro
público para pagar todas as campanhas, inicialmente orçado em R$ 3,5 bilhões,
além do tradicional Fundo Partidário.
As definições dos prazos de filiações partidárias,
de domicílio, e desincompatibilizações, também reclamam urgência. As demais
sugestões do relator da Reforma Política, deputado Vicente Cândido (PT-SP), por
não estarem ligadas diretamente ao pleito de 2018, como o fim das coligações
proporcionais, a abolição da reeleição para os cargos de prefeitos,
governadores e presidente, assim como as cláusulas de barreira, devem ser
discutidas posteriormente, pois a inquietação reinante, por conta da
degeneração dos costumes, causada pelo conluio de alguns legisladores e
executivos da administração pública com iguais da iniciativa privada, torna
urgente a definição das regras da próxima disputa no campo político.
Custo da eleição
Lamentavelmente, porém, ainda não nascerá agora a
Reforma Política capaz de motivar o ingresso de nomes novos, não infectados com
o vírus hoje espalhado nos partidos, nas casas legislativas e no Poder
Executivo, na disputa por mandatos eletivos. Sem o novo, com ojeriza a todas as
mazelas que permeiam o ambiente, o quadro continuará, senão igual, por certo
ainda reprovável. As últimas renovações, com raríssimas exceções, repetiram os
feitos de seus pais, não foram capazes de romper com a mesmice.
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal, aponta como solução para um dos grandes males do sistema político
nacional que é a corrupção, a redução dos custos das eleições e aproximar mais
o eleitor do eleito. "Do jeito que está, o sistema eleitoral frauda a
vontade do eleitor". Esta afirmação do ministro, que estava no site do
Estadão, na quinta-feira, tem sentido. Mas não é só o custo da eleição que gera
a corrupção, nem é qualquer Reforma Política que impedirá o corrupto nato,
político ou não, de satisfazer o seu desejo de delinquir.
A Assembleia Legislativa e a bancada federal
cearenses poderão ter bons quadros depois da eleição do próximo ano, se
bem-sucedidas forem as candidaturas em gestação. Alguns jovens bem formados,
iniciantes nas atividades políticas, fazem parte de relações de algumas
agremiações. Eles motivam esperanças, assim como as figuras reconhecidamente
ilibadas de Salmito Filho e Mauro Filho.
Mais filiados
O primeiro suplente de senador, empresário
Chiquinho Feitosa, assume a presidência estadual do Democratas (DEM), com a
determinação de ampliar os quadros da agremiação e colaborar com os propósitos
da direção nacional de formar quadros para a disputa do próximo ano. O
vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan, está como vice-presidente de
Assuntos Municipais, segundo a resolução da direção nacional encaminhada para
registro na Justiça Eleitoral cearense. Hoje o DEM tem um deputado federal,
Vaidon Oliveira, e um estadual, João Jaime.
Aliado do Governo do Estado, o DEM provavelmente
não estará na coligação que apoiará a candidatura de Camilo Santana à
reeleição, não só pelas divergências nacionais com o PT, mas também pela
perspectiva de ter um candidato à sucessão estadual em aliança com o PSDB,
fortalecendo o palanque presidencial tucano no Ceará, onde a provável
postulação presidencial de Ciro Gomes (PDT) terá significativa expressão,
ofuscando, de certo modo, os demais candidatos a presidente, sobretudo os que
não tenham candidato a governador.
Postado por Raimundo Lima
Matéria de Edson Silva editor de
politica
Diário do nordeste.Horário 7:41 RNLF
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