Ataques a tiros simultâneos contra duas mesquitas na cidade de Christchurch, na ilha sul da Nova Zelândia,
deixaram 49 mortos e 48 feridos nesta sexta-feira (15). As autoridades
ainda não divulgaram as identidades das vítimas e dos assassinos.
- Ataques a duas mesquitas na Nova Zelândia deixaram 49 mortos
- 48 pessoas ficaram feridas, sendo 12 em estado grave
- 4 pessoas foram presas
- A polícia não informou a identidade dos suspeitos e das vítimas
- Numa das mesquitas, um homem armado com rifle automático disparou contra a multidão
- Usando uma câmera no capacete, o assassino filmou e transmitiu ao vivo o massacre
- O Facebook eliminou as contas do criminoso e trabalha para remover cópias do vídeo
- Na rede, o homem se identificou como um australiano de 28 anos, defensor da extrema-direita e contrário à imigração
Os alvos dos ataques foram as mesquitas de Masjid Al Noor, ao lado do
Parque Hagley, e de Linwood, que estava lotada com mais de 300 pessoas,
reunidas para as tradicionais orações do meio-dia de sexta-feira.
Os detidos são três homens (um deles seria australiano) e uma mulher. A
polícia local informou, porém, que não está descartada a hipótese de
que outros criminosos estejam envolvidos e foragidos. Nenhum dos
suspeitos sob custódia estava em listas de observação da polícia.
Dos 49 mortos, 48 morreram no local e apenas um chegou a ser socorrido
com vida, mas não resistiu. Entre os feridos, há crianças e adultos. O
governo informou que 12 dos feridos estão em estado grave e precisaram
passar por cirurgias. O governo da Malásia afirmou que dois dos feridos
são malaios.
'Um dos dias mais sangrentos da história'
A
primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, definiu o ataque como
"um ato de violência sem precedentes na Nova Zelândia" e que esse é "um dos dias mais sombrios e sangrentos da história do país". "Esse tipo de violência não tem lugar na Nova Zelândia".
A dinâmica dos atiradores ainda não está clara. Porém, o primeiro
relato de ataque foi na mesquita de Al Noor, na região central da
cidade. Um homem com um rifle automático invadiu o prédio 10 minutos
após o início das orações, que começaram às 13h30 desta sexta-feira (por
volta das 22h30 no horário de Brasília). Quarenta e uma pessoas
morreram no local.
Com uma câmera instalada em um capacete, o criminoso conseguiu
transmitir o massacre, ao vivo, pelo Facebook. O vídeo mostra que ele
atirou indiscriminadamente contra homens, mulheres e crianças enquanto
caminhava.
Ahmad Al-Mahmoud, de 37 anos, que rezava quando os disparos começaram,
disse ao site Stuff que ele e outros fiéis quebraram vidros de janelas
da mesquita para conseguirem escapar.
Segundo testemunhas, o atirador usava capacete, óculos e um casaco em
estilo militar. Ele foi descrito como branco, loiro, magro e de baixa
estatura.
As contas do atirador no Facebook e no Instagram foram removidas. O
Facebook afirmou que estava trabalhando para remover as cópias do vídeo.
Christchurch é a capital da região de Canterbury, na ilha sul da Nova
Zelândia. É a 3ª maior cidade do país, com mais de 370 mil habitantes.
Primeira ministra da Nova Zelândia repudia ataque à mesquita
Manifesto de extrema direita
De acordo com o jornal "The Guardian", Brenton Tarrant, que se
identificava como suspeito de um dos ataques, deixou um manifesto em que
se identificava como um australiano de 28 anos, defensor da ideologia
de extrema-direita e anti-imigração. O documento de 74 páginas falava em
genocídio promovido por brancos e uma lista com vários objetivos,
incluindo a criação de “uma atmosfera de medo” contra os muçulmanos.
A polícia neozelandesa não confirma que esse homem está entre os detidos.
O comissário
da Nova Zelândia, Mike Bush, disse que dispositivos explosivos
improvisados foram encontrados em um carro, próximo a uma das mesquitas.
Depois
dos ataques, os policiais também esvaziaram a Cathedral Square, onde um
grupo de estudantes realizava uma manifestação pedindo ações contra o
aquecimento global.
As pessoas que moram e trabalham na região foram orientadas a permanecer dentro dos prédios e não circular pelas ruas.
Todas as escolas de Christchurch foram fechadas, e os pais de cerca de
750 alunos, entre crianças e adolescentes, receberam mensagens avisando
que seus filhos estavam em segurança.
Várias estradas da cidade foram fechadas e seguem em monitoramento. A
polícia orientou para que todas as mesquitas do país fechassem suas
portas até novo aviso.
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Fonte: Portal G1
Postado por Raimundo Lima
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